(Ford)
SÃO PAULO - As impressoras 3D estão agilizando o processo de criação de carros conceitos, "imprimindo" componentes de plástico que levariam meses para serem confeccionados em autopeças. A Ford, por exemplo, comemora a produção de 500 mil peças utilizando a tecnologia, encurtando em meses o tempo de desenvolvimento de itens como cabeçotes e entradas de ar. O desenvolvimento da cobertura do motor do novo Mustang é um dos casos mais recente. Segundo a marca, usando os métodos tradicionais, um engenheiro criaria o modelo computacional de um coletor de admissão - a parte mais complicada de um motor - e teria de esperar quatro meses pela produção de um protótipo, ao custo de US$ 500 mil (quase R$ 1,2 milhão). Com a impressão 3D, a mesma peça é feita em quatro dias, por US$ 3 mil (R$ 7.110). O protótipo do novo Chevrolet Malibu norte-americano também seguiu o conceito da impressão 3D que trabalha comumente com a superposição de finas camadas de plástico, juntando-as para criar a peça final tridimensional. A maior contribuição do equipamento para a indústria é que ele eliminando a necessidade de ferramental especial ou moldes específicos para partes que podem ser modificadas no decorrer do projeto. A tecnologia também permite aos engenheiros experimentar desenhos mais radicais, de forma mais econômica e rápida.
Montar carros em grande volumes utilizando a tecnologia não é possível ainda. "Hoje, a impressão 3D não é veloz o suficiente para ser utilizada na produção em massa ", diz Harold Sears, especialista técnico de manufatura da Ford.
Atualmente ela é ideal para peças de teste ou aplicação em produtos de nicho, que passam por mudanças frequentes de desenvolvimento. O próximo passo inclui a possibilidade de "impressão" de peças em metal. "A velocidade dessas tecnologias vem crescendo e a variedade de materiais também, o que nos leva a acreditar que a impressão 3D representará uma grande oportunidade para a manufatura em geral", diz Sears.