IVA começará a ser cobrado em 2026 e será implementado gradualmente até 2033 (Reprodução)
Quase sete em cada dez lares brasileiros tem alguma dívida. É o que revelou um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo o estudo, batizado de Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), 65,1% das famílias do Brasil relataram ter dívidas.
O levantamento tem setembro como mês base. Trata-se do maior percentual desde julho de 2013. Também é o terceiro maior da série histórica. Entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio foi de 62,5 dias.
O resultado divulgado em setembro avançou sobre o apurado na edição de agosto passado (64,8%) e muito mais em relação ao mesmo mês de 2018 (60,7%).
Por sua vez, o total de famílias que admitiram contas ou dívidas em atraso chegou a 24,5% em setembro. Em agosto, o percentual foi menor (24,3%). Da mesma forma, o apurado em setembro de 2018 (23,8%).
A CNC apurou que houve movimento oposto quando levado em conta a faixa de renda das famílias. Entre os menos abastados, o percentual cresceu de 27,4% em agosto para 27,6% em setembro. No outro grupo, com renda superior a dez salários mínimos, a quantidade de inadimplentes caiu em setembro (10,8%) em relação a agosto (10,9%).
A boa notícia é que, em relação a setembro do ano passado, as famílias brasileiras se mostraram mais otimistas quanto à capacidade de pagamento.
FGTS
Um dos motivos é a mudança nas regras de liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que começou em agosto.
A expectativa do governo federal é que os saques do Fundo injetem R$ 28 bilhões na economia somente neste ano.
“A perspectiva de renda extra com os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço ajuda a explicar esse resultado (aumento das famílias otimistas quanto à capacidade de pagamento das dívidas)”, reforçou o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
Segundo a pesquisa, “o percentual de famílias que se declarou muito endividadas ficou estável, assim como a parcela média da renda comprometida com dívidas. Entre os que disseram ter dívidas, o grupo que mais apresentou aumento foi aquele que se considera pouco endividado, passando de 23,5% para 28% do total, na comparação com o mesmo período de 2018”.