Endividamento recorde: pesquisa da CNC aponta que 65,6% das famílias tinham dívidas em dezembro

Da Redação
primeiroplano@hojeemdia.com.br
09/01/2020 às 21:43.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:14
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O número de famílias endividadas chegou 65,6% em dezembro do ano passado, um recorde na série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) desde janeiro de 2010. O resultado superou também os 65,1% alcançados em novembro do mesmo ano e os 59,8% aferidos em dezembro de 2018.

“A tendência de alta do endividamento está associada à ampliação do mercado de crédito ao consumidor, impulsionada por fatores como a melhora recente no mercado de trabalho, sobretudo no emprego formal, e a redução das taxas de juros para patamares mínimos históricos, o que permitiu a redução do custo do crédito”, afirma José Roberto Tadros, presidente da CNC.

Apontado como o principal tipo de dívida pelas famílias desde a primeira Peic, realizada há dez anos, o cartão de crédito atingiu também, em dezembro de 2019, seu maior patamar na série histórica: 79,8%. Em segundo lugar, aparecem os carnês (15,6%) e, em terceiro, o financiamento de carro (9,9%).

O cartão de crédito ficou em primeiro lugar como um dos principais tipos de dívida para as famílias com renda de até 10 salários mínimos, alcançando 79,9%. Na sequência, vieram os carnês (16,5%) e financiamento de carro (8,1%). Já para as com renda superior a 10 mínimos, o cartão também liderou, com 79,4%, acompanhado por financiamento de carro (18%) e financiamento de casa (16,9%).

A proporção das famílias que se declararam muito endividadas aumentou entre os meses de novembro de 2019 e dezembro do mesmo ano – de 14,4% para 14,5%. Na comparação anual, houve alta de 2,1 pontos percentuais. 

Já se levar em consideração dezembro de 2018 e o mesmo mês de 2019, a parcela que declarou estar mais ou menos endividada passou de 23,1% para 23,3%, e a pouco endividada passou de 24,3% para 27,8%.

O tempo médio de atraso nas dívidas foi de 63,6 dias em dezembro do ano passado, superior aos 63,5 dias de igual mês de 2018. O tempo médio de comprometimento com dívidas entre as famílias foi de 6,9 meses, sendo que 25,7% delas estão comprometidas com débitos até três meses, e 31,8%, por mais de um ano.

Ainda entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida com dívidas aumentou, na comparação anual, de 29,3% em dezembro de 2018 para 29,7% em igual mês do ano passado. Já 20,0% delas afirmaram ter mais da metade de sua renda mensal comprometida com pagamento de dívidas.

O presidente da CNC avalia que o resultado, apesar de ligar o sinal de alerta, não pode ser considerado negativo. Segundo ele, como o endividamento não foi acompanhado de um aumento expressivo da inadimplência, os dados indicam uma dívida com responsabilidade e compatível com a renda das famílias.

  

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