Energia, alimentos e transporte pressionam e inflação sobe

Energia elétrica, passagens de ônibus e alimentos mais caros pesaram no bolso do consumidor em janeiro e contribuíram para que a inflação no mês subisse 1,24%, o maior patamar desde fevereiro de 2003. Em 12 meses, a alta chega a 7,14%, muito acima do teto da meta estipulado pelo governo federal, de 6,5%. O resultado acumulado em 12 meses é o mais elevado desde setembro de 2011.
Em Belo Horizonte, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro foi de 1,07%. Em 12 meses, o dragão avançou 6,27% na capital. Os dados foram divulgados na última sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No país, as principais pressões vieram de alimentação e bebidas (1,48%), habitação (2,42%) e transportes (1,83%).
“A seca prejudicou plantações e impactou os preços, principalmente da batata, do feijão e da carne”, comentou a analista do IBGE, Irene Machado.
Já o item habitação sofreu o peso da entrada em vigor do regime de bandeiras tarifárias, que repassa mensalmente para o consumidor o custo extra do uso das termelétricas. Para os brasileiros, na média, a alta foi de 8,27%. Já para os belo-horizontinos, o impacto na conta de luz foi de 8,25%.
No quesito transporte, ficaram mais caros ônibus urbano (8,02%), ônibus intermunicipal (6,59%) e metrô (9,23%). Na capital, quem depende de ônibus para circular na cidade passou a gastar 8,3% a mais. Já nos trajetos intermunicipais, o aumento foi de 4,71%.
Ainda para Belo Horizonte, destacaram-se o encarecimento do item alimentação e bebidas (1,19%), com a elevação do grupo legumes (16,6%), e despesas pessoais, com alta de 1,86%. Por causa da estiagem, as frutas subiram 5,83%, na média.
E se janeiro já foi um mês difícil para o orçamento, o consumidor deve preparar o bolso para este mês. De acordo com Irene Machado, o impacto dos preços das mensalidades e dos novos reajustes na conta de luz, em função do regime de bandeiras tarifárias, vão afetar a inflação em fevereiro. “Colégios, alimentos e energia devem trazer novos aumentos para a inflação”, diz a analista.