(Valéria Marques/Hoje em Dia)
Para os cristãos, a Semana Santa é uma tradição religiosa que celebra a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus. A festividade começa no Domingo de Ramos, que relembra a entrada triunfal do Salvador em Jerusalém, e termina com a ressurreição de Cristo, no domingo de Páscoa.
Muitas tradições e práticas acompanham o fim da quaresma, como a troca de ovos de chocolatena Páscoa.
Para esclarecer essas práticas e conhecer o significado religioso das tradições cirstãs na Semana Santa, o Hoje em Dia conversou com o Padre Jorge Alves Filho, da Paróquia Santa Clara de Assis, bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte.
Carne vermelha na sexta-feira da Paixão
Na sexta-feira da Paixão, os cristãos celebram o dia em que Jesus foi crucificado. Na simbologia da Igreja Católica, a privação desse alimento é uma forma de respeito pela carne do Cristo, que derramou o próprio sangue para salvar a humanidade.
Jejum, caridade e penitência
Além da privação da carne vermelha, a prática de jejum, caridade e outras penitências também são comuns no período da quaresma até a Semana Santa, conta o padre.
“A penitência e a privação de vontades e desejos neste período são uma forma de entrega para Deus. Nesta época é comum reforçar o jejum e a caridade. Elas representam o sacrifício que é feito para alcançar a redenção”.
Imagens sacras cobertas com panos roxos
Outra tradição da Igreja Católica é a cobertura das imagens dos santos durante a quaresma. O sacerdote lembra que o período é um momento de recolhimento até o domingo de Páscoa, quando é celebrada a ressurreição de Cristo.
“As imagens chamam atenção dos devotos e por isso são cobertas, para que os cristões se voltem para as celebrações, voltem para si”.
Ele explica também que, do ponto de vista religioso, o roxo é a cor que convida à reflexão e à espera. “Na quaresma a Igreja se resguarda em uma forma mais reflexiva, não demonstra festividade e alegria, em respeito a dor do Cristo, que sofreu pela nossa salvação”.
O padre revela ainda que a cor também é usada no Advento, o primeiro tempo do Ano Litúrgico, que antecede o Natal. Para os cristãos, é um tempo de preparação, alegria e expectativa para o nascimento do Menino Jesus.
Cerimônia de Lava-pés
Outra tradição da Igreja Católica é a cerimônia do Lava-pés. Realizada na Quinta-feira Santa, o ato relembra a passagem bíblica em que Jesus lavou os pés dos 12 apóstolos que o acompanhavam. “Simboliza a humildade; esse ato de Cristo marca o início de uma nova realidade na vida espiritual humana. Ele se inclina para lavar os pés dos que o seguiam”.
Nos dias atuais, os sacerdotes escolhem 12 fiéis da comunidade para representar os apóstolos e refazem a ação de Jesus, esclarece o pároco.
Matracas
Muito comum nas procissões, o uso das matracas, um instrumento sinalizador feito geralmente de madeira e ferro, é usado em substituição aos sinos. “O sino representa a alegria, por isso não são usados, já que estamos em uma semana em que é lembrada a dor de Jesus. As matracas são tocadas para chamar a atenção e convidar os fiéis para a procissão”, explica o religioso.
Ovo de páscoa
Do ponto de vista religioso, o ovo é considerado símbolo do nascimento e da vida, afirma o religioso. “A relação com a Páscoa, está na ressurreição de Jesus Cristo, que representa a alegria e esperança de uma nova vida para a humanidade. Acompanhamos Cristo na dor para, na Páscoa, celebrar a vida, o amor” conclui.
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