(Lucas Prates)
SÃO PAULO - Entidades médicas criticaram, nesta quarta-feira (5), uma portaria do Ministério da Saúde que, segundo eles, limita a realização de mamografias por mulheres com menos de 50 anos no serviço público de saúde. Integrantes do Conselho Federal de Medicina (CFM), do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) argumentam que a portaria, publicada em novembro de 2013, deixa a cargo de Estados e municípios custear as mamografias na faixa etária 40 a 49 anos, mantendo a cargo do governo federal arcar com o custo das mamografias na faixa etária 50 a 69 anos. Segundo a médica Linei Urban, coordenadora nacional da Comissão Nacional de Mamografia (ligada à CBR), há informações que, em Curitiba, as mamografias deixarão de ser agendadas para mulheres com menos de 50 anos, o que já seria uma reação à portaria publicada em novembro. "O Estado está se retirando, cada vez mais, do SUS. Mas não se esquece de aplicar em publicidade. Está condenando à morte ou a sequelas milhares de mulheres brasileiras", criticou Roberto d'Ávila, presidente do CFM. As entidades se mostraram preocupadas com a redução da realização de mamografias em mulheres na faixa etária de 40 a 49 anos direito garantido por uma lei de 2008. Segundo as entidades, 40% dos tumores ocorrem antes dos 50 anos. Procurado, o Ministério da Saúde afirmou que vai continuar custeando as mamografias realizadas a partir dos 40 anos de idade, e que a portaria altera apenas a forma de pagamento pelos procedimentos realizados.