(Eugênio Moraes)
Os 15 anos da criação do Galpão Cine Horto, um dos principais espaços culturais de Belo Horizonte, serão comemorados com a publicação de um livro, previsto para ser lançado no próximo semestre. Por trás do projeto, está Chico Pelúcio, integrante do grupo teatral Galpão e diretor-geral do Cine Horto desde a sua criação, em 1998, com a colaboração do gestor cultural Rômulo Avelar.
“Hoje, o Cine Horto é uma referência no Brasil como centro artístico”, destaca Pelúcio, convidado de segunda-feira (19) do “Página 2 Entrevista”. Pelúcio adianta que destrinchará, no livro, não só a história do espaço como também os segredos do sucesso de sua administração, sobre os quais ele também versa no bate-papo.
50 carteiras
Uma explicação está no próprio currículo de Pelúcio, formado em Administração de Empresas. “Também fiz Economia, mas não me formei. Tudo isso me ajudou a trabalhar com a gestão cultural”, salienta.
À frente de uma equipe de “50 carteiras assinadas, o que não dá para brincar”, ele também assumiu a produção do grupo teatral, em seus primeiros anos, e foi presidente da Fundação Clóvis Salgado em 2005 e 2006.
“São experiências ricas como essa que me colocam nesse lugar de gestor cultural”, registra Pelúcio, que recentemente foi convidado por uma companhia capixaba para prestar uma assessoria administrativa.
Nova sede
O ator também está muito envolvido com a criação da nova sede do grupo, integrada a um complexo artístico e cultural de mais de 2.000 m²– no bairro Esplanada, na região Leste de BH. [/LEAD]“Não tem um dia que eu não trate desse assunto. Se vai sair, a gente não sabe. É um projeto muito difícil, envolve muita grana. Nesse momento, a gente ainda está desembaraçando burocracias”, afirma.
O espaço, que absorverá o Galpão Cine Horto, já conta com um terreno cedido pelo governo estadual, em abril de 2011, em comodato, por 25 anos. A obra está orçada em R$ 28 milhões, valor que será captado a partir de leis de incentivo.
Ciclo de um ano
Patrocínio é um tema delicado no grupo. “Sempre é preocupante. A gente nunca tem uma vida muito tranquila além de um ano. Esse é o problema da cultura. Através das leis, criou-se um ciclo de apenas um ano”[/LEAD].
Pelúcio lamenta que essa forma de fomento prejudique o planejamento a longo prazo. “Além de um ano, não temos como garantir se um projeto será aprovado e se o patrocínio será renovado”, analisa.
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