(Wilson Avelar)
Lírico pelos sentimentos e áspero por não mascarar a realidade. Na palestra “A Lagoinha e o Áspero Lirismo de Piroli”, que será realizada nesta quarta-feira (15), na Academia Mineira de Letras, o jornalista Fabrício Marques aborda esses dois fortes aspectos da literatura de um dos maiores contistas brasileiros: Wander Piroli (1931- 2006). O evento integra a pré-temporada do Festival Literário Internacional (FLI-BH), que acontece de 25 a 28 de junho.
Marques conta que foi convidado para ministrar a palestra por estar envolvido com o projeto “Cartógra- fos da Vertigem Urbana: Versões de Belo Horizonte por seus Escritores”, que dará origem a um livro, ainda este ano. E, nessa história, Wander Piroli é um dos personagens indispensáveis.
Filho de italianos, Wander Piroli passou a juventude no bairro Lagoinha, cenário recorrente na literatura dele. Advogado, exerceu pouco a profissão e entrou para o jornalismo, inclusive, trabalhando no jornal Hoje em Dia, sendo o idealizador do nome e do projeto gráfico da primeira edição.
“Wander Piroli refletiu Belo Horizonte e o bairro da Lagoinha de maneira universal”, pontua a editora executiva deste jornal Leida Reis, também curadoras do FLI-BH.
Na literatura, Piroli manifestou-se maestralmente no conto e no segmento infantojuvenil. Habilidade que rendeu a ele o Prêmio Jabuti, em 1977, pelo livro “Os Rios Morrem de Sede”.
Sem máscaras
Silvana Piroli lembra que a obra do pai não tem máscaras. “Ele perambulava pela cidade, via as cenas e anotava em papel de cigarro, guardanapo de bar. Depois, em casa, fazia o conto com calma”, lembra.
A programação do Pré FLI-BH, vale lembrar, está disponível no site bhfazcultura.pbh.gov.br. Os eventos se estendem de abril a maio com realização de oficinas, mostra de cinema, narrações de histórias e rodas de leitura nas 20 bibliotecas públicas municipais da capital.
Palestra e debate “A Lagoinha e o áspero lirismo de Piroli”, nesta quarta-feira (15), às 19h, na Academia Mineira de Letras (rua da Bahia, 1466, Centro). Gratuito