'A Magia das Princesas' está em cartaz até este domingo, no Palácio das Artes

Thais Oliveira - Hoje em Dia
22/08/2015 às 07:41.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:27
 (Bianca Tatamiya/Divulgação)

(Bianca Tatamiya/Divulgação)

No palco, mais de 40 atores. Mas são os efeitos especiais que prometem saltar aos olhos do público – especialmente das crianças, já que tudo se passa num reino encantado. “É um espetáculo nível Broadway, com cheiros, neve, levitações, telões de LED e recursos 4D. Ao todo, são cerca de 180 figurinos”, destaca o italiano Billy Bond, diretor do musical “A Magia das Princesas”. Com ares de superprodução, o espetáculo segue em cartaz até este domingo (23), no Grande Teatro do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1537), com preços entre R$ 45 e R$ 150.   No alto dos seus 70 anos, sendo 40 deles dedicado ao teatro, Bond vem se voltando cada vez mais aos musicais. Somente no Brasil, já montou “Rent”, “Os Miseráveis”, “A Bela e a Fera”, “Cinderella”, “Pinocchio” e “Peter Pan”.    Após tantas histórias contadas, o que difere “A Magia das Princesas” das outras produções? “Desta vez, em cada espetáculo, quatro meninas da plateia são escolhidas para participar. Elas são maquiadas e recebem figurinos para atuar junto às princesas. A interatividade é total porque, além disto, acontecem ‘coisas’ dentro da sala”, diz o diretor.   A peça   A trama gira em torno da jovem Anna e da rainha Elsa – sim, as mesmas do aclamado filme “Frozen: Uma Aventura Congelante”, o qual a Disney, por sua vez, se baseou em “A Rainha da Neve”. “Anna é atingida, no dia do seu aniversário, por um raio e só pode ser salva por uma poção de amor verdadeiro”, conta Bond.    Durante a saga, as protagonistas de “A Bela Adormecida”, “A Bela e a Fera”, “Branca de Neve” e “Cinderela” são encontradas e passam a fazer parte do espetáculo. Como todo conto que se preze, as mocinhas passam por várias aflições. E o final feliz, claro, é selado por beijos encantados, que culminam na poção salvadora de Anna.   Psicólogos discutem se contos de fadas fazem bem às crianças   A maioria dos contos infantis é antiquíssima, de séculos e séculos atrás. Mas, apesar de serem de “outro tempo”, continuam a fazer parte do imaginário das crianças – e parecem estar mais na moda do que nunca. As irmãs Marina, 8 anos, e Bruna Martins Marques, 5, que o digam. “Elas gostam muito dos filmes de princesas da Disney. Sempre que um está em cartaz, passa a ser aquele o foco e cada uma assiste umas 15 vezes. Depois, ficam vivenciando aquilo por um bom tempo”, conta a mãe da dupla, a advogada Evelinne Martins, 41.   No momento, uma das preferidas de Bruna é a princesinha Sofia, porém, a próxima festa de aniversário da garota será inspirada em “Frozen”. Já Marina direciona sua devoção à princesa de “A Bela e Fera”. “A Bela ensina a gente a gostar das pessoas mesmo que elas sejam de outro jeito”, explica a garota.    Se a mãe aprova a paixão? “Fico feliz, porque percebo que elas conseguem resgatar coisas boas por meio das histórias. E, como o colégio delas não alimenta este tipo de fantasia, acho que é uma coisa bem equilibrada”.   Bruna e Marina – As irmãs elegem, respectivamente, a princesinha Sofia e a Bela como as personagens prediletas. Foto: Wesley Rodrigues   Grandes lições   A analista de sistemas Mônica Rocha de Ázara, 38, já sabe de cor as músicas de “Frozen”. “A minha filha (Camila, 4 anos) já assistiu ao DVD umas mil vezes”, brinca. Assim como Camila, as suas priminhas, as irmãs Melissa, 2, e Manuela Rocha Sobral, 4, possuem coleções de brinquedos e acessórios que retratam as fábulas encantadas.    O último aniversário da Camila, por exemplo, foi da “Branca de Neve” e a garota já tem lugar garantido no espetáculo “A Magia das Princesas”. “Não contei para ela ainda para não gerar ansiedade antes da hora. Vou levá-la porque acho válidas, as histórias. Nelas, há sempre uma lição, a questão da superação, do esforço e da necessidade de o amor ser cultivado”, opina Mônica.    MELISSA, CAMILA E MANUELA – Vestidas de princesas e com suas respectivas bonecas, o trio diz que adora o filme “Frozen”, mas tem Rapunzel como a princesa preferida. Foto: Wesley Rodrigues/Hoje em Dia   O mesmo pensamento é compartilhado pela psicóloga infantil Adriana Crunivel, 38 anos – 16 deles trabalhando nesta área. “Os contos narram problemas que a gente também vive. Muitas histórias são recheadas de sentimentos, como ciúmes e inveja. Outras vezes, elas relatam um comportamento que o personagem percebe que estava errado e se arrepende. É uma forma de ensinar a criança a lidar com estas situações”.   A psicóloga, no entanto, faz a ressalva: “os pais precisam conversar com os filhos sobre os contos de fadas. Questioná-los se aquela é a melhor forma de resolver os conflitos”, diz.   Padrão capitalista   Por outro lado, o psicólogo e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Cláudio Paixão, considera as histórias perigosas, dependendo do enfoque. “O que me chama a atenção é que, em muitos casos, a mulher precisa do homem para resolver a situação. Claro que eu ficaria feliz em poder ajudar a minha mulher. Mas por que ela não pode se salvar sozinha? É importante mostrar que a princesa não é boba”, pondera.    Ele também afirma que é preciso ter atenção na hora de escolher quais histórias repassar aos filhos, já que algumas foram “pasteurizadas e transformadas em produto para seguir os padrões instituídos pela sociedade”. “Os contos de fadas foram refinados para atender à cultura machista e de consumo, que está dentro de um modelo ocidental vigente. Acho isto perigoso, porque a menina parece que precisa estar dentro do ‘padrão ideal”, que tem que se comportar como mocinha, e não como ser humano”, pontua.   E mais   'A Bela e a Fera' neste domingo “A Bela e a Fera” tem sessão neste domingo (23), às 16h, no Teatro Bradesco (Rua da Bahia, 2244). Em parceria com a Cyntilante Produções, o projeto “Diversão em Cena ArcelorMittal” traz a versão pocket show do clássico infantil. Os ingressos custam R$20 e R$10 (meia).   ‘Almoço com as Princesas’ tem peça teatral e sessão de fotos As crianças terão a oportunidade de almoçar, literalmente, com as princesas. É que, em parceria com a choperia Krug Bier (rua Major Lopes, 172), a Cyntilante Produções vai promover uma intervenção teatral, associando música e clássicos da literatura. Hoje a anfitriã será a Cinderela e no dia 29, a Branca de Neve, sempre entre 11h e 14h. Após a apresentação, os pequenos poderão tirar fotos com os personagens. É indicado fazer reserva, pois a entrada é sujeita à lotação da casa. Entrada: R$ 35. Buffet livre: R$ 35 (adulto) e R$ 20 (entre 2 e 12 anos). Menores de dois anos não pagam. Informações: 3264-5083.   Projeto de fotógrafa traz os contos de fadas para a atualidade A fotógrafa Lígia Tôrres, 28 anos, resolveu trazer, neste ano, uma proposta diferente aos seus alunos da Metrópole Escola de Fotografia. “Propus o projeto ‘Conto de Fadas’ porque queria dar ao aluno a liberdade de questionar as fábulas e mostrar a sua influência na vida adulta”, afirma ela, que é também proprietária do estabelecimento. Ao fim do projeto, a surpresa: “Muitos alunos trouxeram os contos para a atualidade mesmo. Um deles, em vez de colocar a Rapunzel numa torre, a colocou dona de si, com as tranças e tesouras nas mãos, como se estivesse libertando-a daquele padrão”, destaca.    'Cinderela Pop' A escritora Paula Pimenta lançou, neste ano, uma versão moderna de “Cinderela”. Em “Cinderela Pop”, Cintia tem 17 anos, é antenada, com opiniões próprias, adora música e acredita em príncipes encantados.  

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