A salvação da lavoura: Campanha de Popularização resgata teatro e público
(GLÁUCIA RODRIGUES/DIVULGAÇÃO)
“As pessoas deixam para ir ao teatro durante a Campanha de Popularização Teatro & Dança”, registra, num misto de lamento e felicidade, Rômulo Duque, presidente do Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais (Sinparc). Explica-se: apesar de concentrar o público teatral nos dois primeiros meses do ano, o projeto é sucesso absoluto há pelo menos duas décadas, saltando de 10 mil para 400 mil espectadores, recorde batido em 2013.
Duque comemora a chegada à edição 45 da Campanha, com início amanhã, reunindo cerca de 160 espetáculos, entre infantis, adultos e de dança. “São poucos os projetos culturais no país que têm essa longevidade, o que justifica um tratamento diferenciado”, observa.
No entanto, sublinha que muitas produções veem na Campanha uma tábua de salvação. “E não é, pois o público seleciona, vai naquilo que é mais conhecido e que ouviu falar quando as peças estavam em temporada”, pondera.
A meta do sindicato é criar ações e parcerias para que o teatro mineiro possa ir muito além do evento.
Sem concorrência
O tom é festivo, mas o melhor momento para celebrar será ao final da Campanha, quando computarem o total de público. “Não há nada de especial (nesta edição), a não ser querer fazer mais pessoas irem”, confessa o dirigente, após o baque sofrido em 2018, quando o número caiu para 180 mil espectadores devido à concorrência direta com o Carnaval.
“Ano passado não serve de referência. Foi atípico. O Carnaval foi no mesmo período, quando a folia em BH bateu recorde no Brasil”, salienta, aliviado com o fato de a Festa de Momo só começar em março. E, para garantir o público de volta, os ingressos continuam bem populares.
É uma das razões para as sessões encherem, mas o calendário deficiente também contribui para o desequilíbrio em relação às temporadas normais das peças. “Além de poucos conseguirem captar por leis de incentivo, o aluguel dos teatros particulares está bem salgado. Quando se consegue um espaço público, não há dias suficientes, matando a temporada”.
Veja programação completa no site vaaoteatromg.com.br.Editoria de Arte
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