(Visual Photos/Reprodução)
A pé, a cavalo, de carro ou barco, milhares de espécies animais ou vegetais viajam por todo o planeta. Alguns destes passageiros são clandestinos, outros declarados e legais, mas, de fato, muitos deles são invasores incontroláveis.
Segundo levantamento da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), que se reúne esta semana na Coreia do Sul, estes “elementos alienígenas” já ocupam o terceiro lugar no ranking de ameaças às espécies em risco de extinção no mundo inteiro.
Nos locais em que chegam, prosperam às custas de seus anfitriões – flora, fauna, atividades humanas devorando alguns, desalojando outros ou contaminando-os com novas doenças.
“As espécies invasoras têm um impacto maior no mundo”, explica o pesquisador Dave Richardson, diretor do Centro de Biologia Invasiva da Universidade de Stellenbosch, na África do Sul.
Sem controle
“Em alguns países, o custo dessa invasão é astronômico”, completa o cientista. Às vezes são espécies introduzidas voluntariamente pelo homem, que acabaram saíram do controle. Entre os exemplos estão o ratão-do-banhado, criado em cativeiro por causa da pele, mas que destrói diques e margens dos rios; ou o lagostim americano, fértil e muito resistente, que contribuiu para a extinção quase total de lagostim nativo da Europa.
O “estrangeiro” pode mostrar um aspecto muito inocente: o esquilo asiático transmite doenças, ou o coelho europeu, que se reproduz em alta velocidade e devasta os cultivos, já que nenhum predador natural o neutraliza.
Outros, crustáceos, vermes e simples fungos, passam despercebidos até que seja muito tarde.