Arte urbana conquista também os muros de estabelecimentos pela cidade

Hoje em Dia
29/06/2014 às 07:34.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:11
 (André Brant/Hoje em Dia)

(André Brant/Hoje em Dia)

Basta uma consulta à web: de uma maneira geral é considerado grafite “uma inscrição caligrafada ou um desenho pintado ou gravado sobre um suporte que não é normalmente previsto para esta finalidade”. Estão aí, pelo mundo, os muros transmutados em suportes artísticos que não nos deixam mentir. Mas uma mudança interessante em relação aos primórdios dessa expressão é que, cada vez mais, os expoentes da arte urbana vêm sendo convidados a dar asas à criatividade – em escritórios, escolas (geralmente com um viés artístico) e até mesmo estabelecimentos comerciais[/LEAD]. Um bom exemplo é o belíssimo Jimi Hendrix que enfeita fachada da escola de música Sol Maior.    Na parede da rua Dom Vital, no Anchieta, vê-se a imagem do guitarrista como se estivesse em um palco. “A imagem projeta o Jimi ‘pra’ frente”, explica Nilo Zack, 27 anos, sobre a pintura de sua autoria. “Também era para dar uma ideia de ele estar em um show: as cores foram escolhidas por isso”. O proprietário da escola, Fábio Barbosa, conta que a ação já colhe resultados. “Ganhamos mais de dez alunos depois do grafite”. Ele explica que, agora, é normal que pessoas parem em frente ao muro e toquem a campainha para conhecer o lugar – e perguntar sobre a obra. “Num domingo à noite, um fusca fez manobras e parou aqui, com os faróis iluminando a parede. Saíram três pessoas, tiraram fotos com o celular e se foram”, conta Fábio.   A pintura de um ícone mundial foi um feito inédito na carreira de Nilo – conhecido por pintar, pela cidade, o rosto do sobrinho, Juan Manoel. O martelo foi batido com Fábio. “Na verdade, ele queria uma banda com grandes instrumentistas”, lembra o artista. “Mas indiquei que colocar todos seria meio inviável, o melhor seria escolher um só artista”. E veio a opção pelo guitarrista, de quem Fábio é fã de carteirinha.   Foram duas semanas (“em dias alternados”) até que a pintura ficasse pronta. No processo, Nilo fez pesquisas de imagens para adquirir mais referências de “fisionomia, roupas e cores”. Daí, foi feito um esboço na parede, com spray, e veio a sobreposição das tintas até chegar à arte final. 

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