Artistas e agentes culturais fazem protesto contra a extinção do MinC em todo o país

Da Redação*
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16/05/2016 às 16:59.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:28
 (Alejandra Coronel/Mídia NINJA)

(Alejandra Coronel/Mídia NINJA)

O presidente interino Michel Temer (PMBD) continua recebendo duras críticas da classe artística devido à extinção do Ministério da Cultura (MinC). Ele havia divulgado a criação da Secretaria Nacional de Cultura, entretanto, recuou da decisão. A cultura ficará junto com a área da educação, que agora é chamada de Ministério da Educação e Cultura, retomando a sigla MEC. 

esde o último domingo (15), agentes culturais ocupam a Funarte, no bairro Floresta. Resistentes, os organizadores estavam decididos a não dialogar com “esse governo golpista”. Até a tarde desta segunda-feira (16), eles disseram que não havia prazo para o término da ocupação do prédio. “(Vamos ficar aqui) até que seja restabelecido o estado de democracia, porque estamos agora vivendo um estado de exceção”, afirma o produtor cultural Pedro Martins. 

Rodrigo Jerônimo, integrante do Grupo dos Dez, também participa da manifestação. Para ele, o afastamento da presidente Dilma Rousseff é um plano que visa “destruir o que foi eleito nas urnas”. “É importante dizer que o golpe ainda não foi dado, mas que existe uma situação golpista, pois o Senado irá votar (sobre o impeachment)”, completa.

Para a atriz e diretora da Cia. Zap 18, Cida Falabella, a criação de uma secretaria de Cultura seria apenas um “arranjo”. “Ele (Michel Temer) está apenas tentando dar uma resposta rápida para a sociedade, que não nos atende de forma alguma. Se ele vai arranjar secretaria com ou sem mulher não importa, pois não se trata disso agora. A gente não quer negociação com esse governo”, reforça.

De acordo com ela, o movimento visa lutar pelas conquistas da sociedade, não somente do MinC, mas, também, de outras pastas que foram suprimidas, como o Ministério das Mulheres da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. “São pastas importantíssimas, que estão sendo usurpadas da população”, disse. 

Durante a ocupação, os organizadores pretendem oferecer atividades culturais de teatro, dança, música, aulões e debates sobre assuntos como democracia e a representatividade das artes. O grupo quer ainda promover manifestações pelas ruas da cidade.

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Cerca de 200 artistas do teatro, cinema, dança e música fazem um ato nesta tarde de segunda-feira, no prédio da representação do Ministério da Cultura no Rio, e prometem ocupá-lo. Eles rechaçam a extinção do MinC e sua incorporação ao Ministério da Educação, anunciadas pelo presidente em exercício, Michel Temer.

O grupo, que grita "Ocupar e resistir", "Fora Temer" e "Golpe não, cultura, sim", está dando um abraço no Palácio Capanema, onde trabalham também os servidores da Fundação Nacional de Artes. "Ocupamos Brasília, Belo Horizonte e Curitiba. Nos próximos dias, vamos ocupar tudo", afirmou o diretor teatral Ivan Sugahara, um dos organizadores da manifestação.

O cineasta Ruy Guerra disse que ainda tem esperança de que a pressão da classe artística surta efeito. "O diálogo tem que se dar sem que haja superioridade, e sim de igual pra igual", ressalvou.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) participa do protesto e defendeu que não seja aberto diálogo da classe com o novo governo. "Não existe diálogo com golpista, com quem menospreza a cultura brasileira".

Em Brasília, servidores da Cultura farão assembleia para debater a questão.

*Com Estadão Conteúdo

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