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A arte a favor da natureza. Essa é a essência que move o trabalho de artistas que apresentam três exposições em espaços distintos em Belo Horizonte. Não bastasse a relevância do protesto, as obras ainda carregam as assinaturas de importantes nomes da cena arte visual contemporânea. Os trabalhos de Mário Zavagli, Jayme Reis, Maria Helena Andrés, Pedro Ariza Gonzáles e José Lara, por si só, já valem a visita. Todas as atrações têm entrada franca.
Das três mostras, apenas uma será inaugurada nesta quarta-feira (18). Há três anos sem apresentar uma exposição individual em BH, Zavagli abre ao público no Minas Tênis a mostra “Gravuras e Aquarelas”. A série, que começou a ser criada na década de 1990 e mostra as serras da Mantiqueira e do Espinhaço, faz homenagem aos artistas viajantes que percorreram o Brasil no século 19, especialmente ao austríaco Thomas Ender (1793– 1875). As 36 aquarelas e 26 gravuras ficam em cartaz até 14 de junho.
“O foco principal é a representação da paisagem mineira, das nossas terras altas e da característica muito peculiar na formação de nossa identidade e cultura”, explica o artista de 58 anos que desde 1976 leciona desenho na Escola de Belas Artes da UFMG.
Fotografia e Natureza
Na Lemos de Sá Galeria de Arte, em Nova Lima, Jayme Reis, Eymard Brandão, Pedro Ariza Gonzáles e Maria Helena Andrés assinam a exposição coletiva “Fotografia e Natureza”. Em cartaz até 17 de abril, a mostra vai ao encontro com a investigação da arte contemporânea utilizando diversos tópicos (como a pesquisa e a catalogação da obra). Já a criação dos trabalhos contou com o norte dos cinco elementos da natureza (terra, água, fogo, ar e o éter).
“Desde criança, adorava ficar meditando diante de uma fogueira, mas foi em minha casa, no ateliê de Tiradentes, que tive a ideia de fotografá-las”, recorda Jayme, de 56 anos, e que desde os 18 se dedica integralmente à arte. Nas fotografias das fogueiras surgem engolindo igrejas, aviões, corações partidos. “É um assunto apaixonante e acredito ter conseguido na série muito mais que imaginava”.
Incursões
A temática natureza também é a essência da mostra “Incursões”, de José Lara. O artista expõe até 12 de abril, no Inimá de Paula, 49 obras que retratam a natureza e seus fenômenos. “São paisagens naturais ao meu redor e seus elementos (relevos, pedras, cupinzeiros...). Elementos que para mim, possuem uma plasticidade sedutora e estão diretamente associados a uma memória pessoal”.
O artista recorda de quando observava, ainda criança, o fluxo intenso de trens transportando minério de ferro pela cidade onde morava (Itaúna). “Eu me perguntava para onde ia a serra de minério que estava sendo carregada nos vagões. Esse paradigma motivou a produção de Incursões”, completa.
“Gravuras e Aquarelas” na Galeria de Arte do Centro Cultural Minas Tênis Clube (rua da Bahia, 2244, Lourdes). “Fotografia e Natureza” na Lemos de Sá Galeria de Arte (av. Canadá, 147, Jardim Canadá). “Incursões“ no Museu Inimá de Paula (Rua da Bahia, 1201, Centro).