(Divulgação / Alexandrinsky Theatre)
A estreia do clássico “Lago dos Cisnes”, em 1876, pode ter sido um fracasso por culpa da má interpretação dos bailarinos, da orquestra e da pouca qualidade da cenografia. Séculos depois, a já consagrada obra composta pelo russo Tchaikovsky ganha releitura que ajuda a apagar ainda mais qualquer rastro – se é que ainda tem – do insucesso inicial.
A apresentação fica a cargo de uma das companhias mais tradicionais do mundo, o Ballet Estatal de São Petersburgo, que se apresenta em Belo Horizonte amanhã e na quarta-feira.
Além da qualidade reconhecida, a reinterpretação da companhia tem outro diferencial: acontece sobre mais de cinco toneladas de gelo, que transformam o palco do Palácio das Artes em uma pista de 148 metros quadrados. “Somos a única companhia no mundo que apresenta balé clássico sobre o gelo”, destaca Alexander Gonzáles, o tour manager do espetáculo.
Para realizar a façanha, o Ballet de São Petersburgo recorre a detalhes precisos e vários aparatos tecnológicos. As toneladas de gelo são aplicadas sobre uma trilha pré-fabricada na Alemanha. A preparação da pista leva cerca de 48 horas e, quando pronta, é mantida conectada a um sistema de resfriamento e a uma usina de alta tensão de forma constante. Tudo isso para que os bailarinos tenham as condições necessárias para garantir o desempenho.
Mas não é apenas a montagem do palco que exige esforço. A adaptação do balé para a patinação no gelo não é das tarefas mais simples. “Tudo é difícil, adaptar a coreografia, o figurino. Tudo para que o público veja o clássico dos clássicos não sob sapatilhas de pontas, mas sim sobre lâminas de aço”, sublinha o tour manager. A companhia criada em 1969 é reconhecida pela excelência e é também acostumada com a apresentação, feita desde o ano da fundação do grupo. “O público sempre fica feliz e encantado. Nos aplaudem de pé”, comemora Gonzáles.
Clássico
Um dos trabalhos mais conhecidos e reintepretados do repertório do balé clássico, “Lago dos Cisnes” conta a história da princesa Odette, uma bela jovem transformada em cisne por um feiticeiro, tendo como única saída para voltar à forma humana encontrar alguém que lhe declare amor verdadeiro.
“É a obra mais importante do balé clássico”, reforça Gonzáles, ressaltando também a atemporalidade da história, que trata de amor, encantamento, bem e mal.
A importância da obra é, também, um dos motivos que fazem com que a companhia opte pela apresentação. “Mesmo que o mundo mude e apareçam novas expressões, o clássico segue sendo amado, por isso fazemos essas obras, com o grande atrativo do gelo, para encantar mais o público”, diz.
SERVIÇO:
Ballet Estatal de São Petersburgo no Gelo apresenta “Lago dos Cisnes”, amanhã e quarta-feira, às 21h, no Palácio das Artes (Av. Afonso Pena 1.537 – Centro). Ingressos individuais de R$ 100 a R$ 400 e pacotes promocionais para duas e três pessoas de R$ 220 a R$ 660.