(Ana Paula Migliari/divulgação)
O dub surgiu na Jamaica na década de 1960 e não demorou a ser incorporado por várias vertentes da música eletrônica em muitas partes do mundo. Por aqui, o músico Marcelo Vig se inspirou na batida jamaicana para dar uma cara eletrônica aos mais diferentes ritmos populares brasileiros – samba, carimbó, forró, com um resultado interessante, dançante e popular.
Lançado pelo selo Bolacha, o primeiro disco do baterista, “Om’Dub”, foi desenvolvido sem amarras conceituais, a partir das experimentações a partir da união entre timbres acústicos e eletrônicos. “Eu tentei manter uma mente aberta às minhas ideias e ao mesmo tempo me manter fiel a elas, sem maiores preocupações de mercado. A ideia é juntar tambor e computador sem me prender a um estilo específico”, afirma Vig.
“Uni beats, tambores, sintetizadores a instrumentos acústicos, como trombone, acordeom, curimbó, repique, cavaco e outros. Tudo junto pra compor a música que estava na minha cabeça. Ao mesmo tempo, não queria que ficasse engessado por ser música eletrônica”.
Os próprios títulos das músicas já mostram a intenção clara de Vig de levar a cultura popular para as pistas de dança: “Phat Samba”, “Explosão do Samba”, “Carimbstep”, “Dança Criola” e outros. Há ainda uma música inédita de Fausto Fawcett, “Estádio”. “Acho que a mistura pra mim ocorre de forma natural, pois encaro as sonoridades e estilos como ferramentas que a gente usa pra criar. A música eletrônica vem dando saltos na criatividade e na variedade de estilos e de recursos tecnológicos”, diz Vig, que já trabalhou como baterista para artistas renomados internacionalmente, como Eminem, Will Smith e Avril Lavigne, além de vários brasileiros famosos. “Essa união de ritmos tradicionais se dá em outras culturas também. A gente é fruto do meio em que vive e dessa mistura de informações que circulam livremente pela internet”.
Peso
Com dez faixas produzidas em Londres e Rio de Janeiro (as duas cidades onde o artista possui residência), o álbum conta com participações de peso: Raquel Coutinho, Pedro Luís (da Parede), Jam da Silva, o guitarrista Jr Tostoi (que acompanha Lenine há anos), o percussionista Marcos Suzano, o cantor e multi-instrumentista Marcos André... “Todos tem algum significado na minha história de vida. Amigos de longa data, mestres, amigos mais recentes. Sou muito grato à música por trazer pessoas tão bacanas”.