(RAONY CORREIA/DIVULGAÇÃO)
Todo fim de ano é a mesma coisa. Quando o Biquini Cavadão fecha as contas do número de shows realizados, Minas aparece disparado como o Estado em que mais se apresentaram. O grupo, que sobe ao palco do Grande Teatro do Palácio das Artes neste sábado, vive uma lua-de-mel eterna com a Terra das Alterosas. Com a capital não é diferente. “A cidade sempre nos acolheu com muito carinho, desde o primeiro show, na casa noturna Ponteio, que depois daria lugar a um shopping”, recorda o vocalista Bruno Gouveia. Era metade dos anos 80, a banda tinha acabado de ser criada e, no repertório, só exibia uma música que vinha tocando nas rádios, “Tédio”. Gouveia ainda carrega a nítida lembrança daquele dia, ao falar de uma “casa tão lotada que aqueles que não conseguiram entrar provocaram um curto-circuito exatamente no momento em que iríamos tocar ‘Tédio’”. O público pediu para que continuassem às escuras e, mesmo sem equipamento de som, foi o que fizeram. “Estava sem microfone e as pessoas passaram a cantar com a gente até que a luz voltou, cinco minutos depois. Jamais esquecerei isso”, destaca Gouveia, que é mineiro na certidão de nascimento – viveu até os quatro anos em Ituiutaba. Depois seguiu para o Rio de Janeiro, acompanhando o pai, que era médico anestesista, mas a relação com Minas não terminou aí.
“Participar do Pop Rock (show anual em Belo Horizonte, com várias bandas de rock) foi muito importante. Somos o recordista de participações. É por isso que, quando fizemos 30 anos, remanejamos a agenda, trocando o Circo Voador (no Rio) pelo Chevrolet Hall (hoje Km de Vantagens Hall), para que estivéssemos em BH na data oficial de aniversário, que é 16 de março”, registra. EstreiaCuriosamente, será a primeira vez que o Biquini tocará no Palácio das Artes, “um templo sagrado”, como define o vocalista. No repertório, estarão velhas conhecidas do público, como “Vento Ventania”, “Zé Ninguém” “Timidez”, “Chove Chuva” e “Meu Reino”, mais aquelas “novas” presentes no último CD, “Ilustre Guerreiro”, lançado no ano passado. Novas apenas nos arranjos, porque elas já foram consagradas com o Paralamas do Sucesso. O ilustre guerreiro do título é nada menos do que Herbert Vianna – em alemão, herbert tem esse significado. A homenagem não é fortuita. O líder do Paralamas é uma espécie de padrinho do Biquini. Foi quem sugeriu o nome da banda e abriu portas no mercado para o grupo. “Em 2007, surgiu a ideia de fazer uma homenagem a uma pessoa. Quem mais poderíamos reverenciar do que Herbert Vianna? Além do que fez por nós, foi embaixador do rock brasileiro, defendendo-o com unhas e dentes. Lembro dele no Rock’n’Rio, em 1985, dando uma bronca em 100 mil pessoas por terem vaiado Erasmo Carlos, que abriu uma noite dedicada ao metal”, explica. Serviço:Biquini Cavadão – Sábado, às 21h, no Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1537). Ingressos de R$ 55 a R$ 130.