Blecaute e papo entre amigos marcam entrevista de Faustão a Jô Soares

Folhapress
Hoje em Dia - Belo Horizonte
31/08/2016 às 17:34.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:38
 (Ramón Vasconcelos/Globo)

(Ramón Vasconcelos/Globo)

 elétrica durante a gravação do talk show no início da noite desta terça (30). 

A conversa deve ir ao ar na edição de sexta (2) e, se depender de Jô Soares, sem cortes na edição devido à pane técnica -uma "homenagem que a luz da TV podia fazer ao Fausto". A falha ocorreu em razão de uma queda momentânea de energia na região, segundo a assessoria de imprensa da emissora. 

Avesso a entrevistas, Faustão só havia falado ao apresentador uma única vez, nos anos 1980, ainda no "Jô Soares Onze e Meia" (SBT). Desta vez, o reencontro aconteceu em um clima que mais parecia uma conversa entre amigos, cheia de elogios mútuos e piadas sobre o emagrecimento de ambos, do que uma entrevista em si. 

Evocando lembranças de suas trajetórias pessoais e da história do meio em que trabalham desde a "televisão a lenha", como Faustão brincou, e deixaram memórias a seus futuros biógrafos. 

À vontade, Faustão parecia mais solto do que em seus programas dominicais. Sobraram elogios ao "Perdidos na Noite", seu primeiro programa na TV, exibido pela nos anos 1980 por incentivo do jornalista Goulart de Andrade, que morreu na semana passada.

Lembrou também de seus tempos como repórter de jornal e de rádio, em coberturas como as do incêndio do Edifício Joelma, em 1974.  Experiências que o ensinaram que quem sabe, faz ao vivo -como diz um de seus bordões. Como na cobertura do Joelma, em que via as vítimas se atirarem do prédio ("um corpo humano estourando no chão com uma bolsa de plástico") e precisava "segurar a voz e continuar" a transmissão. 

Lembrou episódios dos tempos como locutor esportivo. Questionado por Jô se notava alguma evolução no futebol brasileiro, disse que estava "cada vez mais catastrófico", apesar da medalha de ouro na Olimpíada. Criticou a falta de investimentos em educação ao afirmar que o futebol era uma das únicas maneiras de ascender socialmente no Brasil, junto com a música sertaneja e o "Big Brother Brasil". 

Também contou histórias de como Elis Regina pediu um aumento para o maestro Caçulinha a Paulo Machado de Carvalho, antigo dono da Record. Na época, o músico também famoso por participar do "Domingão do Faustão" trabalhava com a cantora no musical "O Fino da Bossa". 

Jô aparentava estar emocionado. Durante algumas perguntas, segurava no braço do amigo. Despediu-se dizendo que aquela deveria ter sido a última entrevista do ano: "Seria um fecho de ouro".  Há 28 anos apresentando programas de entrevistas, 16 deles na Globo, Jô Soares despede-se do gênero no final deste ano. Será substituído no horário, diário, por Pedro Bial.

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