Brasil convidado de honra, Feira do Livro de Frankfurt é verde e amarela

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia (*)
04/05/2013 às 16:33.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:24

É chegada a hora de museus, restaurantes e livrarias próximas às margens do rio Main aderirem às cores verde e amarela. Em outubro, a Feira do Livro de Frankfurt, a maior do mundo no gênero, terá como convidado de honra o Brasil e isso implica numa grande exposição da cultura (não apenas literária) de nosso país para toda a Alemanha.

Ser convidado de honra em Frankfurt é algo especialíssimo para um país. A ele é dada a oportunidade de ocupar 2.300 metros quadrados de um pavilhão único com as mais diferentes manifestações culturais – música, dança, artes visuais etc – além do espaço que já possui no pavilhão da feira, onde são feitas as negociações de compra e venda de direitos autorais.

O Brasil vem se preparando há três anos para participar da Feira do Livro de Frankfurt e anunciará sua programação de eventos no pavilhão especial em junho – possivelmente a presidente Dilma Rousseff visitará o evento, mas para isso, deve haver uma combinação de agenda com a primeira-ministra alemã, Ângela Merkel, ou com o presidente alemão, Joachim Gauck. Por enquanto, sabe-se que o país vem apostando em traduções para a língua germânica e, em 12 meses, cerca de 200 títulos brasileiros ou relacionados ao país devem ser lançados na Alemanha. 

Segundo Simone Bühler, profissional da feira responsável pela integração com o país convidado de honra, o investimento em traduções (especialmente em alemão) é um dos pré-requisitos para que um país seja escolhido para ser o foco do evento. Isso é fundamental para que editoras do país consigam parcerias e negociações. Em 2010, por exemplo, a Argentina apostou na tradução para o alemão de 60 títulos.

Luiz Ruffato

“Durante muito tempo, o único escritor brasileiro que víamos em livrarias da Alemanha era Paulo Coelho. Agora, felizmente, isso começa a mudar. Esperamos que agora mais autores cheguem ao mercado europeu”, a[/LEAD]firma Simone Bühler, acrescentando que alguns jovens escritores brasileiros começaram a ter certo destaque entre os leitores alemães, como Rafael Cardoso (que hoje mora em Berlim) e o mineiro Luiz Ruffato, que viu a versão alemã de “Eles Eram Muito Cavalos” ser bem recebido no mercado europeu.

Outro importante fator para que um país seja escolhido são as características sociopolíticas contemporâneas de cada país. “Decidimos pelo Brasil por suas mudanças culturais, políticas e econômicas da atualidade. O Brasil vive um momento bem interessante, assim como era em 1994, quando foi convidado de honra pela primeira vez”, explica Simone Bühler.

Material gráfico

Em 2013, toda a cidade de Frankfurt terá a atenção voltada para o Brasil. A maior parte dos 50 museus da região metropolitana serão dedicados ao país com exposições diversas. Ao longo de um ano, mais de 300 eventos serão realizados na cidade com foco na cultura brasileira – como, por exemplo, uma exposição no Museu de Arte Moderna com obras de Helio Oiticica. Além disso, os 7000 livreiros da Alemanha podem solicitar à direção da feira cartazes, listas de lançamentos e material gráfico referente à literatura brasileira.

“Depois que anunciamos o Brasil como convidado de 2013, o país foi homenageado na feira internacional de Bogotá e terá destaque nas feiras de Bolonha e Londres”, diz Marifé Boix García, uma das responsáveis pela relação entre o evento e as editoras dos países latino-americanos.

(*) A repórter viajou a convite das Ministério das Relações Exteriores da Alemanha 

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