(Paula Kossatz/Divulgação)
Bruno Mazzeo frisa: “Sexo, Drogas e Rock n’Roll”, peça que traz à capital mineira (desta sexta a domingo, no Cine Theatro Brasil Vallourec), aborda questões atuais, mas sem a pretensão de emitir julgamentos. E que questões seriam? “Essa busca por dinheiro, por poder. Por estar feliz. Aparecer feliz nos selfies. Ter muitas curtidas no Facebook. Postar a vida no Instagram”, lista o ator.
“Tudo parece apontar para o externo. A peça vai um pouco de encontro a isso, sem julgamentos, de maneira mais profunda – até por ter sido escrita numa época em que não existia nem celular! Eu estava (como continuo) na busca de mim mesmo, por isso quis esse texto”, conta o simpático ator.
Na verdade, quem apresentou o texto a Mazzeo foi o diretor Victor Garcia Peralta. “Durante um chopp, ele lembrou dessa peça, que tinha visto na Argentina. O texto conversava com meus sentimentos, com o que queria dizer, com o momento que passava. Acho uma visão bem interessante da sociedade em que a gente vive. Numa época em que a busca por fama, dinheiro e poder virou quase uma droga. As sensações externas parecem ser mais importantes, o que é uma loucura”, ressalta. Na peça, o ator interpreta seis personagens, incluindo um homeless, um rock star narcisista, um poderoso empresário musical e um artista em crise. “Olha… o mais difícil foi o roqueiro. Foi o momento em que bateu um certo pânico. A gente não achava esse cara. Talvez por ser uma figura não exatamente muito presente na nossa cultura”, confessa.
Detalhe: Mazzeo não se vale de caracterização alguma para incorporar os personagens. “Não é muito a minha praia (a caracterização), nem tenho esse dom de fazer vozes, imitações”.
Mazzeo conta que algumas pessoas costumam tentar rotular, colocar o artista em prateleiras. “E com isso, acabei sendo colocado numa prateleira na qual não me encaixava. Tem gente que elogia meu stand up, mesmo nunca tendo feito um. Nunca. Caracterizar podia, portanto, fazer com que as pessoas achassem que a peça é uma coisa que não é. Fora isso, nos atraiu a possibilidade de fazer com que o público veja os personagens do jeito que quiser. Os gestuais, os tempos, o tom, tudo é diferente entre eles – pelo menos é o que tento, juro! Cada um enxerga aqueles personagens como sua imaginação permitir, não preciso colocar perucas e tal”, conclui.