Cansei da amônia na cabeça!

Elemara Duarte - Hoje em Dia
24/08/2014 às 10:45.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:55
 (Carlos Rhienck/Hoje em Dia)

(Carlos Rhienck/Hoje em Dia)

Pintar os cabelos brancos não é mais unanimidade entre as mulheres brasileiras. Rita Lee, Renata Campos, Vera Holtz, Adélia Prado, Christine Lagarde... O que elas têm em comum? São exemplos pontuais deste processo, que fazem um barulho danado e fazem pensar.   Um detalhe entre os acontecimentos tristes nos últimos dias tem chamado a atenção: os cabelos prateados de Renata Campos, viúva do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em acidente aéreo no último dia 13.    Longe de ser uma observação fútil em um momento de desalento, a aparência da forte matriarca simboliza autenticidade. Afinal, desde quando o marido estava à frente do governo do Estado, Renata já chamava a atenção por se orgulhar em vestir roupas feitas por artesãos nordestinos.    Poucas semanas antes de “Dona Renata”, Rita Lee apareceu, mais uma vez, sem os cabelos tingidos cuja cor ela mesma chamava de “vermelho-malagueta”. Desde o Carnaval de 2012, quando desfilou por uma escola paulistana que homenageava a Tropicália, a “rainha do rock brasileiro” anunciou que não pintaria mais os cabelos. Resultado: um monte de gente foi contra.   Pode parar!   Uma das últimas opiniões contrárias veio de uma especialista em moda: “Ah, Rita! Eu sei que dá trabalho; sei que é chato (...) Como que a gente vive sem essa Rita vermelha?”, clamou a consultora de moda Gloria Kalil, em seu blog “Chic”.   Mas, assim como Rita, há outras adeptas dos brancos – ou da progressão deles como é o caso do prateado engajado da ex-primeira-dama pernambucana.   “Vic Garcez”, personagem da atriz Vera Holtz, na novela “O Rebu”, atualmente no ar na Globo, mostra os cabelos alvos na telinha. A escritora divinopolitana Adélia Prado, também assumiu a alvura capilar. E a primeira mulher a comandar o FMI, a francesa Christine Lagarde, é outra representante do movimento “white power”    ‘Aconteceu há três anos. Foi libertário’   “Fiquei diferente, passei a ser reconhecida. Todo mundo elogia”, diz Cláudia Malta, a “adepta” que entra no hall do Palácio das Artes com a segurança dos seus 56 anos, uma echarpe em algodão e um vestido escuro e ajustado no corpo de ex-bailarina.    Desde 2011, ela que é diretora de Produção de Ópera do Palácio das Artes utiliza-se do acessório natural. O motivo é que os cabelos dela crescem rápido. E ao sair do salão de beleza, ela via que a tintura não pegava direito na raiz. “O cabelo branco me rejuvenesceu”, avalia, sobre a “luz” que ele lhe ofereceu no rosto. O figurino é coadjuvante. O processo da tintura para o branco foi gradual. “Meu cabeleireiro foi deixando mechas brancas, até branco total”, diz ela, sobre o “hair stylist” mineiro Renato Augusto. “O cabelo branco pode trazer jovialidade, juntamente com um corte bem feito”, defende ele, que a seguir dá mais dicas para os fios brancos.   E mesmo que a indústria química talvez não goste muito da ideia, outra representante das grisalhas é uma xará da ex-bailarina, a funcionária pública aposentada Cláudia Sampaio Costa, 55 anos.    “Aconteceu há três anos. Foi libertário. Mas o povo fica me recolocando nas filas”, aponta, achando graça no zelo popular.   Entre os comentários, Claudia Malta diz que é constante a comparação com a atriz Meryl Streep, no papel de “Miranda Priestly”, no filme “O Diabo Veste Prada” (2006). “Tem uma pizzaria onde o garçom, sempre pergunta: ‘E aí, Miranda, mais alguma coisa?’”.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por