SÃO PAULO - Fernando Pamplona, um dos maiores ícones do Carnaval carioca, morreu às 6h20 deste domingo (29) em sua casa no Rio de Janeiro, um dia após completar 87 anos. De acordo com a sua filha, Eneida Pamplona, ele tinha um câncer raro, que foi diagnosticado há cerca de um mês. A família não divulgou que ele tinha a doença para evitar a sua exposição, disse Eneida, que tem 53 anos. Pamplona tinha também outra filha, Consuelo Pamplona, 57, e era casado com Zeni Pamplona, 84. O carnavalesco não tinha netos. Críticos diziam que o Carnaval do Rio teve duas fases: a de antes e a de depois de Pamplona. Ele revolucionou os desfiles de escola de samba nos anos 60. O carnavalesco criou o revolucionário enredo "Quilombo dos Palmares", que deu o título ao Salgueiro em 1960. Pamplona, no entanto, se afastou do Carnaval. Em entrevista à Folha de S.Paulo, em 2009, criticou a transformação dos desfiles num "espetáculo comercial da Broadway". "Começaram a comprar porta-bandeira, mestre-sala, pagar por mês. Começou a comercialização, principalmente, do samba-enredo. E veio a história dos patrocínios. O próprio carnavalesco perdeu a liberdade", disse na época. Para ele, os sambas-enredo se transformaram em marchinhas. Ele também lamentava a ausência cada vez maior dos negros nas fatias nobres dos desfiles. Pamplona será velado no cemitério São João Batista, em Botafogo (zona sul).