Casa adjacente ao Belas Artes foi alugada para ampliação de salas e estacionamento

Paulo Henrique Silva/Hoje em Dia
04/09/2014 às 07:57.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:04
 (Flávio Tavares/)

(Flávio Tavares/)

O primeiro passo para a ampliação do Cine Belas Artes já foi dado, com a assinatura do contrato de aluguel da casa adjacente ao espaço localizado na rua Gonçalves Dias, em Lourdes. O anexo deverá ser ocupado por duas novas salas de cinema, uma delas para projeções em 3D. O complexo passará de três para cinco cinemas, todos eles voltados para produções independentes.

Proprietário do Belas Artes desde dezembro de 2013, Adhemar Oliveira, dono da rede Espaço, espera que a modernização do complexo fique pronta em junho do próximo ano. Em entrevista ao Hoje em Dia, ele adianta que o anexo terá entrada própria e vagas para carros, um dos principais problemas enfrentados pelo cinema, já que naquele trecho da rua Gonçalves Dias é proibido estacionar. “Temos um arquiteto trabalhando no projeto, mas estamos caminhando sem pressa, principalmente porque 2014 foi um ano atípico, por causa da Copa do Mundo. Queremos chegar em dezembro, no mínimo, preparados para as mudanças que acontecerão ano que vem”, observa Oliveira, que também busca um patrocinador master para a injeção de recursos.

As obras, na verdade, já tiveram início, com a reformulação do restaurante, que recebeu novo revestimento e passou a ser administrado pelo grupo da marca Scada, presente em outros quatro complexos de cinema da rede Espaço. O restaurante, na verdade, deve ser reaberto ao público nesta quinta-feira (04). Os projetores e os processadores de som também foram substituídos, agora totalmente digitalizados.

“Essa primeira parte foi apenas uma troca de A por B, tirando o equipamento analógico por digital. Ainda falta muita coisa. Creio que fizemos apenas 30% do que pretendemos”, analisa Oliveira, que, em Belo Horizonte, esteve à frente de duas salas do Ponteio, antes de serem fechadas e reinauguradas há dois anos pela empresa mineira Cineart, a maior rede de cinemas do Estado.

Após adquirir o Belas Artes com as contas no vermelho, o proprietário avisa que os problemas financeiros já estão sendo sanados. “O malabarismo está aí: equilibrar-se e ainda ter para investir em melhorias. E para isso temos que fazer algumas dívidas. Para adquirir os projetores digitais de 2K, por exemplo, tivemos que contrair um empréstimo de cinco anos”, registra.

De olho nos espectadores mirins

Além das salas que serão abertas no anexo, Adhemar Oliveira, proprietário do Cine Belas Artes, planeja a criação de um sexto espaço, no lugar onde funcionava uma oficina de restauração de livros no prédio atual. A ideia do exibidor é criar uma sala vip, de 50 lugares, voltada para filmes de menor apelo de público. Ele também pretende aumentar a frequência de espectadores mirins.

Oliveira também não vê a hora de o espaço ser incluído no Circuito Cultural Praça da Liberdade – namoro assumido pela gerente executiva do circuito, Cristiana Kumaira, em entrevista recente ao Hoje em Dia. “O cinema é interessante porque oferece uma programação mais noturna do que diurna, o que contribuirá muito para todos, dentro de um local ímpar de cultura”.

Atualmente, o complexo tem uma média de 8 mil espectadores por mês. “De janeiro a maio contamos com um bom público, mas depois, por causa da Copa, sofremos muito, assim como todo o circuito independente. As ofertas de títulos também retraíram. Um dos poucos lançamentos foi ‘Grande Hotel Budapeste’. Queremos acirrar a quantidade de público com a retomada do projeto escola e o clube dos professores, afirma”.


 

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