Nas casas de repousos, os residentes são liberados para passar o Natal com a família reunida. Mas boa parte deles, devido às dificuldades de locomoção e problemas de saúde, acaba permanecendo no local. Para eles, geralmente há uma comemoração especial, antecipada em uma semana para que os parentes também possam participar.
“Muitas vezes não é falta de carinho da família, mas sim porque eles não podem viajar ou porque estão muito debilitados, com graus diferentes de demência. Assim é melhor trazer os familiares para cá, alguns dias antes, para os idosos terem a sensação de um dia de Natal”, registra a terapeuta ocupacional Cristiane Marcondes.
Ela organizou um encontro familiar no Pampulha Residence, no último sábado, e a presença dos parentes foi total. “O número nos surpreendeu. Temos uma quadra grande e ela ficou lotada, faltando cadeira para todo mundo”, relata Cristiane, que promoveu um jantar, com direito a amigo oculto e músicas de seresta.
Confraternização
“Eles ficam muito emocionados. A família agradece e, em alguns casos, pega o microfone para ensaiar um pequeno discurso”, destaca a terapeuta. Na casa Longevidade, em funcionamento há um ano e meio, não foi muito diferente. A reunião teve missa, coral de Natal e café da manhã de confraternização.
“É sempre muito bom a família dar uma assistência nas semanas que antecedem (as festas), para minimizar um pouco essa falta (de convivência)”, afirma Filipe Cosso, que, na mesma época em que abriu a Longevidade, viu várias outras casas de repouso serem abertas no Gutierrez.
Lembranças
Diferentemente do que se imagina, o cinema nem sempre registrou essas casas como locais onde os idosos ficam jogados às traças. Um bom exemplo é “O Quarteto” (2102), dirigido por Dustin Hoffman, em que a chegada de uma ex-diva do canto é a oportunidade para um trio de amigos, companheiros de asilo, refazerem suas atividades musicais.