MÚSICA

Chico Buarque faz dobradinha com Mônica Salmaso em quatro shows no Minascentro

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
Publicado em 01/10/2022 às 13:59.
Em Belo Horizonte, dupla fará primeiro show após a eleição de primeiro turno (Leo Aversa/Divulgação)

Em Belo Horizonte, dupla fará primeiro show após a eleição de primeiro turno (Leo Aversa/Divulgação)

Quando convidou Chico Buarque para participar do projeto “Ô de Casas”, com encontros musicais veiculados nas redes sociais, em 2020, durante a pandemia, a cantora Mônica Salmaso mal poderia imaginar que havia aberto caminho para uma parceria que renderia frutos fora do mundo virtual.

Neste ano, foi a vez do cantor de 78 anos, um dos grandes nomes da MPB,  retribuir a gentileza, convocando Mônica para percorrer o Brasil ao seu lado, no show “Que Tal um Samba?”, que chega nesta quinta-feira em Belo Horizonte, com quatro noites seguidas no auditório do Minascentro.

“Chico ter topado fazer (‘Ô de Casas’) causou em mim e em quem acompanhava a série um tsunami amoroso, mas eu não podia imaginar que pudesse desaguar em um convite como este”, admite Mônica, porta-voz oficial do espetáculo, já que o parceiro de palco tem evitado dar entrevistas.

A dupla não esconde que a realização do show veio em resposta ao grave momento de polarização política, com o estímulo à violência e à intolerância. Ele surgiu como um antídoto esperançoso por meio da música, num grande passeio pela obra de Chico Buarque iniciado em João Pessoa, no início de setembro.

“A melhor arma para enfrentar este momento é o voto! A melhor forma de curar nossas dores, de devolver nossa dignidade e nossa identidade é a arte, não tenho dúvidas disso”, registra Mônica. Belo Horizonte, por sinal, será a primeira capital a receber o show após a eleição de primeiro turno.

“Há muitas referências políticas no show. Muitas! Desde a música de abertura, o show inteiro fala com poesia, beleza e lirismo de horrores da desigualdade,  denúncias ambientais,  medos, dores, respeito, inclusão, esperanças, louvores à nossa força e nossa arte e da nossa aversão ao governo atual”, analisa.

Ela conta que teve total liberdade de escolha em relação às músicas de sua apresentação solo. “Obviamente, dividi minhas idéias com o Chico até encontrar uma narrativa e um caminho de abertura. Trocamos muitas conversas sobre o que poderíamos fazer em duo, compatibilidades de tons, etc”.

Após começar sozinha no palco, Chico entra e desfila vários clássicos, sozinho ou em dueto. “O desenho do repertório a partir da entrada do Chico foi definido por ele de maneira sábia e irretocável. Canções que são ainda mais fortes e necessárias depois de tudo o que vivemos no Brasil nos últimos anos”.

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