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Resistência, essa é a palavra que norteia o espetáculo “Zhu – Zona Urbana Unificada”, da Cia Mário Nascimento, em cartaz até domingo no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil. Nove bailarinos de formações e idades distintas compõem o balé marcado por movimentos firmes, mas sem perder a sutileza.
Em chinês, “Zhu” significa bambu. O coreógrafo e diretor do espetáculo Mário Nascimento encontrou nesse significado um ponto de partida para a criação desse novo trabalho. “Bambu é um material resistente, mas também delicado em seu movimento. Isso casa com a nossa proposta. Falamos de resistir às tempestades que possam nos afetar”, explica Mário que lembra o período de um ano que a companhia ficou sem patrocínio, dentre o 17 anos de estrada. “Ser artista é ser resistente com resiliência. Esse período nos deu força para criar essa coreografia, pois resistir é ter as situações adversas a nosso favor”, afirma ele.
Para o coreógrafo, o espetáculo chega em uma hora fundamental. “A hora da sobrevivência, mas sem lamentações”, frisa Mário que também quer levar ao público a ideia de resistir ao momento tecnológico que o mundo vivencia. “Estamos em uma era na qual todo mundo sabe de tudo, mas ao mesmo tempo estão muito sozinhos. É preciso resistir a isso”, acredita.
Mola propulsora
A figura feminina é a grande mola propulsora desse trabalho, garante. “Nossas parcerias sempre foram feitas com mulheres. Elas me exigem e me mantêm em estado de criação permanente”. Prova disso é que a atriz e bailarina Rosa Antuña, integrante da cia. há 12 anos, assina a assistência de direção. A trilha é do multiinstrumentista Fábio Cardia e executada ao vivo. Composta após a coreografia, a música vem de uma confluência de diversos timbres e elementos urbanos. Tudo isso em um palco sem cenário.
“Zhu – Zona Urbana Unificada” – CCBB (Praça da Liberdade, 450). Até domingo, 20h. R$10 (inteira)