(Sergio Guerini)
SÃO PAULO - Quem estiver em São Paulo pode ver, a partir do próximo sábado (13), uma das mais valiosas exposições sobre o Brasil. Com layout futurista e valendo-se dos mais modernos equipamentos tecnológicos do mundo, a mostra permanente "Coleção Brasiliana" ocupa o Espaço Olavo Setúbal, no Itaú Cultural. A mostra, segundo o diretor do instituto, Eduardo Saron, reúne obras de arte produzidas no e sobre o Brasil ao longo de cinco séculos. "E consegue, portanto, eliminar uma lacuna do turista que busca conhecer a arte feita no Brasil e que tiveram o país como inspiração para criação". "Coleção Brasiliana" reúne mais de mil itens - todos dispostos em nove módulos e distribuídos em dois andares do prédio na Avenida Paulista. Entre os trabalhos, uma escultura de Aleijadinho, manuscritos e títulos originais dos Inconfidentes, além de obras de Jean-Batiste Debret, Johann Morits Rugendas e Joseph Leon Righini. O legado, construído a partir de 1969 pelo empresário Olavo Setúbal (1923-2008), conta com peças como desenhos, pinturas, livros e documentos históricos, além de mapas, cartografias, aquarelas, gravuras, moedas, condecorações e medalhas. Obras que, sobretudo, traduzem o olhar do viajante estrangeiro sobre um país que ainda era descoberto pelo Velho Mundo. "Destaca-se, no entanto, que esta é uma exposição de arte e não de história. Aqui estão nossas raízes artísticas e o que há de mais precioso na arte feita sobre o Brasil e em terras brasileiras. Certamente, muito do que está apresentado aqui servirá de inspiração e referência para novas produções da arte contemporânea", assegura Pedro Corrêa do Lago que, ao lado de Vagner Porto assina a curadoria da exposição. "O primor da mostra foi buscar não somente as peças mais significativas, valiosas e raras, mas também tentou dispor de um espaço com ineditismo expográfico. Foram cinco anos de muitas pesquisa para chegar até aqui", completa Porto. À frente da expografia de "Brasiliana" Daniela Thomas e Felipe Tassara explicam que o espaço foi pensado para aproximar o público da obra. Por isso, as molduras, tão comumente encontradas em grandes exposições, ali são objetos raros. As salas são claras e os objetos estão mais próximos do que tradicionalmente acontece. "A mostra dispõe de luminárias com filtro UV para não prejudicar as obras, vidros antirreflexo e até as prateleiras são, na verdade, soluções encontradas para atender à mostra. Muito mais do que uma exposição, 'Brasiliana' é patrimônio", assegura Daniela. * A repórter viajou a convite do Itaú Cultural