Clássicos do terror e do suspense inspiraram o filme ‘Isolados’

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
18/09/2014 às 07:46.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:14
 (DOWNTOWN FILMES)

(DOWNTOWN FILMES)

Não havia um dia sequer que, nas filmagens de “Isolados”, a atriz Regiane Alves não acordasse com um pesadelo. Quando chegava ao set, contar os detalhes de seus sonhos para a equipe e para seu companheiro de cena, Bruno Gagliasso, servia como uma espécie de preparação para a personagem.

“Ela é esquizóide, não pertence àquele mundo”, registra Regiane, que nunca tinha participado de um suspense. Em cartaz a partir desta quinta-feira (18) nos cinemas (confira roteiro), “Isolados” permitiu à intérprete trabalhar um lado desconhecido, “abrindo a porta de todos os medos do ser humano” na pele de uma mulher que tem a síndrome de Cotard.

Renata, que passa por surtos em que acha que está morta, é levada pelo marido psiquiatra (Gagliasso) para uma casa sombria na região serrana do Rio de Janeiro, inicialmente para melhorar a relação entre os dois. Ao chegar lá, fica sabendo de casos de violência nas proximidades, mas resolve permanecer no local.

“Foi interessante cair nesse universo, pois sou muito otimista. Não foi um trabalho fácil, não é zona de conforto. Chegamos antes para fazer os ensaios, o que foi bom para sentir a atmosfera, nos dando um pouco a referência de como é estar com medo. Realmente ficamos isolados, sem acesso à celular”, registra Regiane.

Último trabalho

Filha do falecido José Wilker, nesse que é o último trabalho do ator no cinema, a roteirista Mariane Vielmond salienta que as principais referências de “Isolados” foram os filmes de Stanley Kubrick, principalmente “O Iluminado” (1981). “Nossas referências foram os clássicos do terror e do suspense”.

O diretor Tomas Portella destaca a investida num gênero pouco explorado no Brasil. “Buscamos trazer os códigos que deixariam nossos espectadores mais confortáveis”, afirma o cineasta, que, antes, tinha assinado a comédia “Qualquer Gato Vira-Lata”.

Caráter soturno

Gagliasso também assinala a escolha da locação, que “ganhou vida, contracenando com a gente”. O interior da casa, por sinal, foi pintado de cinza para reforçar seu caráter soturno. “Como toda equipe era inexperiente nesse gênero, fomos aprendendo a encontrar o ritmo do susto”, sublinha Portella.

Assim como Regiane, o ator também não passou incólume pela experiência. Se os reflexos desse tipo de produção ocorreram durante as filmagens, no caso da intérprete, com Gagliasso, eles vieram depois. Ao chegar em casa, ficou dois dias de cama, imaginando estar com uma infecção respiratória. Mas o médico responsabilizou o lado emocional. É esse tipo de tensão que a equipe de “Isolados” quer ver no público. “É um tanto revolucionário fazer um filme de suspense no Brasil. É uma coisa a que o público não está acostumado a assistir e a gente não está acostumado a fazer”, admite Portella, já às voltas com a segunda parte de “Qualquer Gato Vira-Lata”

“Cuba libre”

Outra produção nacional que estreia nesta quinta leva a assinatura de Evaldo Mocarzel: “Cuba Libre”.

Através do retorno da atriz transexual cubana Phedra de Córdoba a Havana, após 53 anos sem pisar no seu país, o filme coloca em discussão a luta pelos direitos dos homossexuais num ambiente machista como a ilha governada durante décadas por Fidel Castro (hoje comandada por seu irmão Raúl).

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