Cláudia Assunção contracena com o galã Cauã Reymond em 'Não Devore Meu Coração'

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
30/01/2017 às 19:20.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:38

Cláudia Assunção deve muito ao Facebook. Foi por meio dessa rede social que a atriz mineira ficou sabendo sobre a abertura de testes no Rio de Janeiro para o filme “Não Devore Meu Coração”, de Felipe Bragança, que participará do Festival de Berlim no próximo mês, na seção Generation.

“Na verdade, foi uma amiga que viu o post do Luzia Coração no Fogo. É o perfil de Felipe e só quem é amigo sabe que é dele”, registra a “sortuda”, que ainda participou de cinco encontros, entre fevereiro e maio, até o cineasta garantir Cláudia na pele de Joana, mãe de Cauã Reymond na trama.

Não é a primeira vez que a atriz exibe esse lado materno para o galã. Na novela “Avenida Brasil” (2012), os dois integravam o mesmo núcleo familiar. “Na TV, ele era meu afilhado. Agora é filho”, diverte-se Cláudia, que, há poucos dias, recebeu mensagem de Cauã sobre a exibição bem-sucedida do filme no Festival de Sundance.

Outro “parentesco” é que Cláudia vive mais uma vez uma mulher interiorana insatisfeita com a vida que leva, mesmo perfil de Ciara, personagem que ela viveu em “O Sol do Meio-Dia” (2009). “Ambas são de uma cidade pequena e pessoas tristes. Ciara é menos amarga, buscando uma vida nova. Força de vontade que Joana não tem. Ela já entregou os pontos”.

“Quando você entra numa novela em andamento, ela já tem um tom. A personagem tem que estar pronta e devemos entrar com o pé na porta, se não a novela a engole. Cinema tem um tempo diferente, com outro tipo de construção”

Cláudia agradece ao cinema por uma oportunidade de construção que só essa arte pode proporcionar, levando-a “para outro lugar, que nada tem a ver com a sua vida, com a sua casa”. Assim como aconteceu em Belém, para a s filmagens de “O Sol do Meio-Dia”, Cláudia também conhecia Bela Vista, no Mato do Grosso do Sul, cenário do longa de Felipe Bragança.

A cidade faz divisa com o Paraguai, onde se desenrolam duas histórias paralelamente: a paixão de um garoto por um jovem que entra para uma gangue de motoqueiros, adaptações dos contos presentes no livro “Curva de Rio Sujo”, de Joca Reiners Terron. “Quis muito comprar o livro na época, mas já estava esgotado”, lamenta.

“Ciganeando”
Cláudia observa que a narrativa carrega muito do Brasil atual. “É uma região de muito gado, grandes frigoríficos e também de ocupações feitas por Sem-Terra. Pelo menos para mim, é um Brasil diferente do que estávamos acostumados a ver”, assinala a atriz, que vive “ciganando”, como ela mesma diz, entre Rio, São Paulo e BH em busca de trabalho.

Atualmente, está aguardando respostas de editais para rodar com a peça “Boca Cheia de Água”, passada na Segunda Guerra Mundial, num campo de prisioneiros da Alemanha só para mulheres. “Já havia violência de gênero naquele tempo e o que esse texto faz é mostrar a trajetória disso até os dias e hoje”.

No cinema, Cláudia realizou principalmente curtas. Ela cita “Assunto de Família”, de Caru Alves de Souza, e “Marina Não Vai à Praia”, de Cássio Pereira dos Santos, que lhe rendeu prêmio de melhor atriz no Curta Santos. Também fez uma participação no longa “Hoje”, de Tata Amaral.

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