(JÚNIOR ARAGÃO / DIVULGAÇÃO)
BRASÍLIA - Assim como o irmão e também ator Chico Diaz, Enrique Diaz não nasceu no Brasil. Filho de pai diplomata, ele veio ao mundo em Lima, no Peru, país que só foi conhecer, após a família se fixar no Brasil, ao fazer o filme "Los Silencios", exibido na mostra competitiva do 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
"Filmamos (na Colômbia), bem do lado do Peru. No final, peguei um barquinho, atravessei o rio, dei uma chorada sozinho num restaurante e voltei. Tinha muita coisa em jogo neste filme", registra o ator de 50 anos, presente também no elenco de "Ferrugem", em cartaz nos cinemas.
Na apresentação do filme, no Cine Brasília, Diaz divertiu a plateia ao expressar o seu medo de falar após a exibição do documentário "Torre das Donzelas", sobre um grupo de mulheres presas na época da ditadura, que foi muito aplaudido. "O Festival é lindo, o filme é lindo, o Haddad é lindo, essas mulheres são lindas...", afirmou.
"É bom ser artista deste jeito, podendo acreditar em alguma coisa e poder tornar melhor a vida das pessoas", destacou no palco, onde estavam também as duas atrizes colombianas de "Los Silencios" e a diretora Beatriz Seigner, que está trabalhando com Walter Salles no roteiro de "La Contadora de Peliculas", próximo longa do cineasta. VITRINE FILMES / DIVULGAÇÃO / N/A
"Los Silencios", de Beatriz Seigner, disputa o troféu Candango do Festival de Brasília A história de "Los Silencios" enfoca uma mãe e duas filhas que chegam a uma ilha desconhecida, na fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, após fugir dos conflitos armados nas terras colombianas. As irmãs descobrem que o pai, supostamente morto num deslizamento de terras de uma mineradora, reside justamente numa das casas de palafitas onde vão morar. "Esse é um trabalho que carrego comigo desde o final de 2009, após ouvir muitos imigrantes colombianos no Brasil. Foi uma grande alegria conhecer a história deles e sentir o Brasil como parte da América Latina. Temos muitas questões em comum com nossos vizinhos e precisamos olhar mais uns para os outros, voltando a ser esse lugar que compartilha e que não expulsa", salientou Beatriz. (*) O repórter viajou a convite da organização do Festival de Brasília