Vera Fischer chega delicada, mas não se engane: por dentro, é o próprio diabo. Pelo menos, na comédia “Ela é o Cara”. Ao lado de Edson Fieschi e com direção de Ary Coslov, a atriz desembarca no Cine Theatro Brasil neste fim de semana para duas apresentações. Na história, um paciente se suicida e deixa uma carta creditando o ato à incompetência do seu psicanalista, Gilberto Fonseca (Fieschi). Ele, claro, fica em pânico e cogita vender até a alma ao diabo por sua reputação, agora, ameaçada. Nesse cenário, surge Vera Fischer, interpretando ela mesma, insistindo para ser atendida e Gilberto crê que ela vai ajudá-lo a restaurar a carreira. “Acho que todo profissional que cuida de gente gosta de ter no seu rol de clientes alguma personalidade que possa catapultá-lo a um status que ele, só trabalhando, acha que não alcançaria”, avalia Vera. No caso da trama, porém, o problema é que, de início, não se sabe se a Vera é a Fischer ou uma enviada das trevas. Com humor, o espetáculo questiona ainda se vale tudo pelo sucesso. “Hoje em dia se faz tudo pelos 15 minutos de fama, por likes. Me parece que o status social está ligado diretamente a isso, o que é um grande equívoco”, afirma Vera. Futuro
“Ela é o Cara” é a segunda peça seguida da atriz. Em 2015, Vera encenou “Relações Aparentes” após quase uma década longe do teatro. O hiato, explica ela, não foi por vontade própria. “Fiquei muito tempo atrás de patrocínios para o meus projetos”, esclarece. Passado o momento difícil, mais uma vez, ela planeja formar uma parceria com Edson Fieschi. “No segundo semestre, começaremos os ensaios de um grande clássico do teatro norte americano, 'O Doce Pássaro da Juventude', de Tennese Williams. Queremos estrear em outubro deste ano”, adianta.
Com contrato renovado com a Rede Globo, Vera espera ainda por um próximo trabalho na telinha. O último foi “Salve Jorge”, de Glória Perez, em 2012. “Estou ansiosa para retornar. Adoro fazer TV. E gostaria muito de voltar ao cinema! Produtores!!!”, diz, aos risos.Serviço: “Ela é o Cara”, com Vera Fischer e Edson Fieschi. Amanhã, às 20h, e domingo, às 19h, no Grande Teatro do Cine Brasil (Praça 7). Ingressos de R$ 35 a R$ 80.