(Patrick Arley/Divulgação)
A tradição pode até ditar o formato e o gênero musical das comemorações natalinas, no entanto, a celebração ganha sonoridade bem diferente, amanhã, no Teatro Francisco Nunes. Ao invés da música clássica com sinos, harpas e corais, quem dita o ritmo do festejo são tambores, atabaques, cajóns e pandeiros do projeto “Tambores de Natal”.
A empreitada, que dá um toque brasileiro às festas de Natal, foi idealizada pelo multiartista mineiro Maurício Tizumba, há 15 anos. “Levamos o tambor para uma outra direção, falando do espírito natalino, da nossa relação com o outro, com o bem que podemos fazer”, explica o artista.
Embora levem o Natal no nome, as comemorações não se restringem à data. Os 61 anos de Tizumba e os 121 de Belo Horizonte também serão celebrados. A união entre os dois aniversários não é por acaso: para Tizumba, sua própria imagem se confunde com a da cidade.
“Belo Horizonte é um lugar onde as pessoas gostam muito de mim. Faço esse show até como um agradecimento à galera que curte a minha música”, ressalta o artista.
Nesse sentido, ele festeja o fato de ter construído a caminhada artística na capital. “Como artista, fiz a opção de ficar em BH no fim dos anos 70. Naquela época, a maioria dos artistas saía e ia para o Rio de Janeiro. Mas eu sempre tive medo de ir”, confessa ele, revelando a gratidão por ter permanecido. “Em 1980 me chamaram de novo, mas eu recusei e disse que o tempo ia passar e que as pessoas iam ter que me buscar aqui. Sou muito feliz por não ter ido”, reitera.
Gerações
Com uma trajetória artística que já soma 46 anos, Tizumba leva ao palco vários herdeiros. Com ele, tocam cerca de 120 alunos de percussão do Tambor Mineiro, além de artistas representantes de diferentes gerações da música e cultura da cidade.
Uma delas é a cantora e compositora Maíra Baldaia. Aluna de Tizumba, ela celebra o encontro com o artista. “É uma alegria imensa participar com o Tizumba, somos parceiros de longa data e ele é um mestre na minha trajetória”, expõe.
Apesar de não ser a primeira apresentação da artista no “Tambores de Natal”, essa será sua estreia como cantautora. “Toquei com ele como percussionista”, lembra ela, que está empolgada com o acontecimento. “Acho que vai ser uma noite linda”, diz.
Tendo participado em frentes diferentes, ela destaca a importância do evento. “Ele traz para o palco a cultura do congado. É uma resistência feita com muito amor”, completa.
ServiçoTambores de Natal, nesta quarta-feira (12), às 20h, no Teatro Francisco Nunes (av. Afonso Pena, s/n – Centro). Ingressos: R$20 (inteira) e R$10 (meia)
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