Compositor e guitarrista paulistano Pedro Lima professa a ‘liberdade’ e o espírito jazzista

Da Redação*
24/06/2014 às 06:44.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:07
 (DANIELLA MONACO/DIVULGAÇÃO)

(DANIELLA MONACO/DIVULGAÇÃO)

Músico tarimbado, o compositor, guitarrista e produtor musical Pedro Lima acaba de colocar no mercado seu segundo álbum de carreira, sugestivamente batizado de “Liberdade”. Desta vez, o artista paulistano aposta suas fichas em canções que exploram mais o seu lado jazzístico (tudo a ver, portanto, com o título). “Quis fazer um disco com o qual eu me identificasse mais”, situa o moço.

Profissional tarimbado, Pedro Lima já trabalhou com nomes bastante conhecidos da chamada “cena contemporânea”. Gente como Marina De La Riva, Thais Gulin, Fabiana Cozza, Luciana Mello ou Simoninha, apenas para citar alguns. Seu currículo também registra um período de experiência publicitária, o que, segundo ele próprio, o tornou mais “eclético”.

Antes de seguir em frente, vale uma volta ao passado – mais precisamente, ao primeiro trabalho solo do artista, “Se Você Diz Não”. À época do lançamento, o jornalista, crítico e produtor Nelson Motta afirmou que Pedro mostrava “muito suingue e personalidade”, ao som da MPB e de batidas eletrônicas.

No novo álbum, a opção por explorar a liberdade intrínseca ao nicho do jazz foi, pois, uma guinada. “No primeiro disco ainda havia a expectativa de vender, com a coisa mais pop e tal. Com a mudança do mercado, eu busquei espaço para fazer o disco com mais liberdade”, pontua.

Um dos diferenciais do novo disco – apontado pelo próprio Pedro – foi a gravação “ao vivo” no estúdio. Segundo o compositor, hoje em dia, esse sistema de juntar todos os músicos no estúdio e gravar a música de uma vez, é “antiquado” – mas conferiria mais “liberdade” às músicas e ao álbum, como um todo.

Álbum que, claro, reflete toda a experiência adquirida com o já citado fato de ter mostrado a que veio ao lado de grandes intérpretes da música nacional. Mas não só. No caldeirão sonoro de Pedro Lima, também reverbera a influência de grandes nomes da MPB, como Tom Jobim, Milton Nascimento e João Gilberto, suas influências confessas.

No geral, Pedro Lima acredita que a própria improvisação na produção do disco contribuiu para a imagem de liberdade que pretendia reforçar. A liberdade almejada – e alcançada pelo álbum – pode ser percebida, por exemplo, na faixa “Crianças”, pensada conforme o imaginário infantil, e calçada nas lembranças da infância do compositor. 

Outro exemplo pode ser encontrado na faixa “Tu Não te Moves de Ti”, em que o autor musicalizou textos de Hilda Hist, autora que inspirou muito o artista. “Eu fiz uma adaptação livre, em cima de imagens do livro dela”, afirmou. O disco traz, ainda, “Stumble”, na qual compõe pela primeira vez em inglês. E tem, ainda, um standard norte-americano, “The Best Is Yet To Come”. 

*Colaborou Fernando Dutra

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