(Reprodução/Arquivo Pessoal)
Morreu na noite desta sexta-feira (12), o músico, compositor, jornalista e escritor Fernando Brant, aos 68 anos, vítima de complicações ocorridas de uma cirurgia de transplante de fígado. Ele deixa duas filhas e dois netos.
Fernando estava internado no Hospital das Clínicas da UFMG, onde foi submetido a primeira operação na última segunda-feira (8). Na terça-feira (9), iniciou um processo de rejeição ao órgão, e o músico passou por uma segunda cirurgia na madrugada, não resistindo às complicações e vindo a falecer por volta das 21h desta sexta.
Presidente da Sociedade Brasileira dos Compositores, Brant era um dos profissionais que mais lutava pela garantia dos direitos da classe.
Segundo o irmão do compositor, Roberto Brant, o velório e enterro serão no cemitério do Bonfim, no bairro Bonfim, região Nordeste da capital mineira. Mas ele não soube informar os horários. "Ele tinha uma amor incondicional por Minas Gerais e se manteve aqui até o fim da vida", diz Roberto.
Confira uma entrevista com Fernando Brant, dada para o curso de Jornalismo Multimídia do Centro Universitário UNA:
Biografia
Fernando Rocha Brant nasceu em Caldas, no interior de Minas, em 9 de outubro de 1946. Filho de pais mineiros, aos cinco anos mudou-se para Diamantina e, aos 10, foi para Belo Horizonte onde passou o resto de sua infância e adolescência.
Seu envolvimento com música e literatura aumentou quando cursava a faculdade de Direito. Nessa época, conseguiu seu primeiro emprego, como escrivão do Juizado de Menores. No início dos anos 60, conheceu o amigo Milton Nascimento.
Em 1967, Milton conseguiu convencer o então hesitante Brant a escrever sua primeira letra. Era “Travessia”, composição que, no mesmo ano, ganhou o segundo lugar no II Festival Internacional da Canção, no Rio de Janeiro, funcionando como o estopim da carreira de sucesso de Milton.
Ouça o clássico "Travessia":
Em 1969, conseguiu trabalho como jornalista na revista “O Cruzeiro”. Nesse mesmo ano, em Belo Horizonte, Brant e os amigos começaram a articular o projeto que se tornaria o Clube da Esquina.
A parceria com Milton, Lô Borges, Tavinho Moura e outros membros do Clube mostrou-se muito produtiva, gerando mais de 200 canções, entre as quais há clássicos como “San Vicente”, “Saudade dos Aviões da Panair (Conversando no Bar)”, “Ponta de Areia”, “Maria, Maria”, “Para Lennon e McCartney”, “Canção da América” e “Nos Bailes da Vida”, entre muitas outras.