(Guto Costa)
Corria o ano de 1899, quando surgiu uma parceira inédita para a música brasileira: Machado de Assis e Alberto Nepomuceno. O compositor musicou o poema “Coração Triste” do Bruxo do Cosme Velho. Essa joia rara do mestre Nepomuceno será cantada pela soprano Rosana Lamosa entre outros atrativos da quinta edição do “Circuito BNDES Musica Brasilis”, que acontece nesta quarta-feira (27), na Fundação de Educação Artística. Este ano, o circuito homenageia, além de Alberto Nepomuceno, outro ícone da música brasileira, Glauco Velasquez, de grande talento e produção em seus 30 anos de existência.
Responsável por trazer esse concerto a Belo Horizonte, a cravista e pesquisadora Rosana Lanzelotte aponta a importância do resgate das obras desses compositores, que viveram no século 19 e nas duas primeiras décadas do 20. “Desde 2009, o circuito tem esse foco de resgate de obras de compositores brasileiros de todos os tempos. Então cada ano temos uma temática. E, este ano, há uma coincidência das duas efemérides: os 150 anos de nascimento de Alberto Nepomuceno e os 100 da morte de Glauco, vítima de tuberculose. Eles foram contemporâneos, conviveram em um momento riquíssimo em termos de produção artística em plena Belle Époque. Nepomuceno foi professor de Glauco no Instituto Nacional de Música e organizou o primeiro concerto público de obras do Glauco, em 1911”.
Mas esse concerto promete mais, sobretudo por sua linguagem multimídia. “É mais do que um concerto, é um espetáculo. Desde o início tenho procurado em todas as edições introduzir esse aspecto cênico pela presença de um ator e a presença de imagem contextualizando a música, porque a gente percebe que isso torna o espetáculo mais atual e atraente”, diz.
“Musica Brasilis” na Fundação de Educação Artística (rua Gonçalves Dias, 320), nesta quarta, às 20h30. R$ 10 e R$ 5 (meia)