(Divulgação)
O primeiro lugar de "Cosmópolis", na preferência do Júri Hoje em Dia dos melhores filmes lançados em 2012, é representativo das fronteiras esmigalhadas e da globalização que tematizam o cinema atual.
O longa-metragem de David Cronenberg é uma crítica ácida a um mundo gerido por bytes e pelos altos e baixos da Bolsa de Valores, com a impessoalidade tornando um traço comum da sociedade.
O milionário vivido por Robert Pattinson (o ator de "Crepúsculo", em seu melhor papel no cinema) passa quase o filme inteiro dentro de uma limusine branca, de onde controla seu escritório e seus funcionários das ruas.
Assimilação
Trânsito que caracteriza as vultosas quantias que circulam em questão de segundos a partir de um teclado virtual. O magnata é examinado por um proctologista enquanto ouve de seu braço-direito que "os computadores assimilaram o ser humano".
A conexão entre homem e tecnologia é um assunto caro ao diretor canadense, que já ligou acidentes de carro ao prazer sexual em "Crash – Estranhos Prazeres (1996) e transformou o ser humano num terminal de computador em "eXistenZ" (1999).
Débâcle
Em "Cosmópolis", no entanto, o realizador já não permite que localizemos onde um termina e o outro começa. O entrelaçamento se encontra num estágio final, em que demoramos a reconhecer sua escala global.
Apesar de tudo acontecer dentro de um carro, as situações refletem a débâcle do sistema capitalista após o crack da Bolsa. Desorientado, o milionário não tem para onde ir e entra em parafuso numa caótica Nova York.
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