Daniel Hourdé expõe suas figuras instigantes no MM Gerdau

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
29/12/2015 às 07:12.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:29
 (Linear Comunicação)

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Daniel Hourdé não tem dúvida da relevância, para um artista, de expor suas obras em outro país. Mas, no caso do artista francês, a responsabilidade foi ainda maior – afinal de contas, Hourdé está mostrando seus trabalhos em um país que é referência quando o assunto é barroco. “Especialmente em um estado como Minas Gerais, berço do barroco brasileiro. Minhas esculturas têm várias referências a esta arte: a recorrência de temas religiosos, a obsessão com o sofrimento e a morte (sem excluir, algumas vezes, o humor e o escárnio) no meu trabalho são alguns pontos de convergência”, lista ele, que, depois de uma bem sucedida experiência ano passado, voltou ao Brasil a bordo de seu talento.

Como em 2014, após expor em Ouro Preto, ele chega a Belo Horizonte: até o próximo dia 10, quem passar pelo Museu das Minas e do Metal (MM Gerdau), na Praça da Liberdade, poderá apreciar as impactantes esculturas em bronze, bem como desenhos feitos em carvão sobre papel.

Com justificado orgulho, Hourdé lembra que sua exposição na cidade patrimônio da humanidade, ano passado, acabou rendendo-lhe o convite para expor na capital mineira – no caso de 2014, no CCBB BH, pontuando-se que as obras de Daniel chamavam atenção já na entrada, onde havia uma escultura localizada. “As duas mostras contabilizaram mais de 165 mil visitantes”.

Ainda de acordo com o artista, a nova exposição lhe permite mostrar duas novas instalações: “duas imensas coroas de espinhos em papel e uma acumulação de mãos decupadas: a leveza dos materiais contrasta com a imponência da arquitetura do lugar. Aliás, aproveito para agradecer de coração a gestão e os organizadores”, diz um simpático Hourdé.

RECEPÇÃO

Na verdade, a gratidão do artista se estende ao estado como um todo. “Minas Gerais é uma região muito bonita, e tive, por parte dos brasileiros, uma recepção dinâmica e calorosa, tanto no que tange à preparação quanto à recepção (por parte do público)”.

Cumpre lembrar que as obras de Daniel Hourdé não possuem olhos. Ele explica: “são rostos anônimos, que podem ser tanto o meu quanto o seu”.

Solicitado a falar sobre uma obra em particular, ele cita a que mostra um homem tentando sair de sua pele. “Evidentemente, é uma evocação da vaidade, mas também o desejo que todos acalentam de sair de si mesmos e inventar outros personagens”.

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