(Ander Gillenea / AFP)
O ator argentino Ricardo Darín declarou que sabia que não havia se enganado ao aceitar fazer "Truman", um filme sobre a amizade de um homem e seu cão e que emocionou no Festival de San Sebastián. "É difícil saber se teria me atrevido a fazer este papel há 15 ou 20 anos, mas, neste caso, soube que não estava enganado porque entendi o que Cesc (Gay, diretor) estava falando ao me oferecer o filme", disse.
"Truman" conta a história de Julián (Darín), que passa por momentos muitos difíceis com uma doença terminal e que decide visitar Tomás, vivido por Javier Cámara. Ao longo de quatro dias, Tomás acompanhará Julián e seu cachorro "Truman" buscando apoiá-lo na difícil decisão que tomou. Uma das preocupações de Julián é o que fazer com seu grande amigo, o cachorro que dá título ao filme.
Darín não esconde que elaborar seu personagem foi um processo difícil. "A gente mexe com muitas fibras internas, geralmente dolorosas, e nosso trabalho é lidar com isso". O ator também comentou ter se envolvido com o cachorro com quem contracenou, e que sofreu muito ao saber que, semanas depois de concluídas as filmagens, ele havia morrido.
Apesar do tema difícil, o filme consegue manter sempre um equilíbrio entre momentos dramáticos e o humor que ajuda a conduzir a trama. "Foi preciso encontrar esse ponto para não se cair numa espécie de pântano emocional", explicou Darín. "Infelizmente, como muitos, é uma experiência difícil acompanhar alguém em um processo de doença e de morte de um ente querido, e passei por essa experiência quando comecei a escrever", afirmou, por sua parte, o diretor Cesc Gay. O filme, que disputa a Concha de Ouro, o principal prêmio do festival, foi exibido no sábado, 19, na mostra oficial.