Das telas para o papel: livro traz seleção do melhor do cinema nacional

Thais Oliveira
taoliveira@hojeemdia.com.br
16/10/2016 às 15:27.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:15
 (Reprodução)

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O ranking foi só um pretexto. Com lançamento quarta, às 19h30, no Cine Santa Tereza, o livro “100 Melhores Filmes Brasileiros” espera pôr o cinema brasileiro em debate, a partir de ensaios escritos por 100 críticos e pesquisadores do país, numa época em que os “espaços de reflexão crítica estão cada vez menores”, segundo o organizador Paulo Henrique Silva.

Presidente da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) – idealizadora do livro ao lado da editora Letramento e do Canal Brasil – e repórter do Hoje em Dia, Paulo Henrique registra que os principais veículos do país gradativamente deixaram de publicar críticas, abrindo exceções apenas para superproduções de Hollywood. 

Por esse motivo, parte dos textos reflexivos migrou para a internet, com a criação de sites especializados. “Mas muitos desses sites não sobrevivem, devido à falta de remuneração dos críticos”, afirma o jornalista.

O ponto de partida do livro foi uma votação realizada no ano passado com associados e convidados. Cada convidado foi incumbido de fazer uma análise profunda das obras.

“Muitos desses textos serão incontornáveis, tornando-se referência na abordagem de determinados filmes”, elogia o organizador.

Dessa forma, o jornalista acredita que “muita desinformação” a respeito da produção cinematográfica do país pode ser esclarecida.
 
“As pessoas conhecem a história recente, de ‘Central do Brasil’ (1998), de ‘Tropa de Elite’ (2007)... O livro é para preencher essa lacuna também”, diz, ao lembrar que o cinema brasileiro tem cerca de 120 anos de trajetória.

Os melhores
Da lista, o mais antigo filme é “Limite” (1931), de Mário Peixoto, que encabeça o ranking, seguido por “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964) e “Vidas Secas” (1963). Os mais novos também foram destacados, como “Cidade de Deus (2002), que aparece na 8ª colocação, e “Que Horas Ela Volta” (2015), na 71º posição. 

Para ser exibido na noite de lançamento do livro em BH, porém, o escolhido foi “O Beijo da Mulher Aranha” (1985), 61º colocado, em homenagem a Hector Babenco, diretor que faleceu neste ano. No elenco, Sônia Braga, em voga devido ao sucesso do longa “Aquarius” (2016), de Kleber Mendonça Filho.

Planos
“100 Melhores Filmes Brasileiros” é o primeiro fruto de um projeto que contemplará uma série de obras. O próximo é “Bernardet 80 Anos: o Impacto de seu Pensamento no Cinema Brasileiro”, de organização de Ivonete Pinto e Orlando Margarido, que deverá sair em 2017. 

“Outro livro enfocará as mulheres na direção de filmes, discutindo a presença e o olhar delas no cinema do país. Também será feita uma publicação sobre a história da crítica no Brasil”, adianta Paulo Henrique. 

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