(AFP)
Quase meio século depois de John Lennon lançar "Imagine", sua viúva e colaboradora artística, Yoko Ono, aparecerá como coautora da famosa canção.
O anúncio foi feito quando a icônica ode à paz mundial de 1971 foi declarada "canção do século" em uma noite da National Music Publishers Association, na quarta-feira, em Nova York.
Enquanto Ono e seu filho, Sean Lennon, se aproximavam para receber um troféu, a associação anunciou inesperadamente que Ono se juntaria a Lennon nos créditos da composição.
Durante a noite foi exibida uma entrevista da BBC com John Lennon de 1980, pouco antes de ser assassinado, na qual o ex-Beatle disse que "Imagine" foi inspirada em parte no livro de arte conceitual de Ono, "Grapefruit".
"'Imagine' deveria ter sido registrada como uma canção de Lennon/Ono. Se tivesse sido alguém mais que minha esposa, teria lhe dado crédito", disse Lennon na entrevista.
Após o anúncio, Sean Lennon escreveu no Facebook: "É o dia de maior orgulho da minha vida".
A madrinha do punk Patti Smith e sua filha, Jesse Smith, executaram "Imagine" quando mãe e filho aceitaram o prêmio.
Ono, já reconhecida como artista de vanguarda quando conheceu o ex-Beatle, colaborou estreitamente com Lennon e tenta preservar seu legado desde a sua morte.
"Imagine", com seu apelo a um mundo sem divisões, continua sendo uma das canções mais conhecidas da música pop e hino de ativistas pela paz.
É pouco provável que Ono tenha qualquer ganho pessoal no futuro imediato, pois ela já é a herdeira do patrimônio de Lennon.
Mas a mudança poderá ter um efeito prático pois, segundo a lei americana, canções de domínio público, ou seja, que os autores não obtêm mais lucro com elas setenta anos depois de seu lançamento, e a inserção de Ono potencialmente estende o período de "Imagine".
A próprio Ono teve uma comentada briga com outro ex-Beatle, Paul McCartney, pelos créditos da composição. Os Beatles generalmente assinavam suas canções como "Lennon-McCartney", dividindo o crédito por alguns dos maiores sucessos da história da música.
Depois que o grupo se separou, McCartney começou a mudar a ordem para McCartney-Lennon em canções nas quais disse ter tomado a iniciativa, o que provocou censuras de Ono.