Depois da estreia elogiada, Verônica Ferriani mostra lado autoral

Viviane Moreno
22/12/2013 às 07:49.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:57
 (Luiz Maximiano-Divulgação)

(Luiz Maximiano-Divulgação)

Há quase dez anos, Verônica Ferriani engavetava o diploma de arquitetura e se lançava na carreira artística. “Canto desde criança e fico feliz de ter descoberto uma maneira de fazer isso (profissionalmente), não me vejo fazendo outra coisa. Já são três discos, um monte de viagens, a oportunidade de participar de vários projetos e de cantar com um monte de gente, como Beth Carvalho e Toquinho. Minha carreira foi sendo construída do jeito que acredito, no meu tempo de amadurecimento musical, sem muitas concessões, na vontade de emocionar as pessoas”, diz a cantora, que acaba de dar mais um importante passo, assinando as 11 faixas do recém-lançado “Porque a Boca Fala Aquilo do que o Coração Tá Cheio”.   O álbum está disponível para download gratuito. “Por ser um disco independente e autoral, tenho essa liberdade”, diz, comemorando cerca de três mil downloads em um mês. “Além disso, é um disco patrocinado, é mais que justo dividi-lo com quem quiser ouvir”. A versão física também está à venda, com distribuição da Tratore.   Composição   A cantora de 35 anos conta que enveredou pela composição há dois. “Foi um ímpeto, uma coisa muito natural, sempre gostei de escrever e me aproximei muito do violão (instrumento que toca desde os oito anos, quando ainda morava em Ribeirão Preto; tem vídeo dela pequenininha e já talentosa na internet) dessa forma mais livre, criativa. É gostoso (cantar as próprias músicas), são histórias que saíram de mim, independente de serem pessoais, vêm de dentro de mim”, diz, acrescentando que compôs quase 30 músicas para chegar às 11 do disco.    “Escolhemos as que formavam um conjunto bacana. Sobraram muitas que espero ficar trabalhando (nos shows), que eventualmente outras pessoas gravem, ou que entrem em outro disco meu”.   Verônica diz que, quando começou a compor, não pretendia gravar um disco todo autoral. A decisão veio em conjunto com os dois produtores: Marcelo Cabral e Gustavo Ruiz, que produziram os discos mais recentes de Criolo e Tulipa Ruiz, respectivamente. (BiD esteve à frente do álbum de estreia de Verônica, homônimo, em 2009). “São dois caras que representam muito a música da minha geração. Eles vêm da tradição da música bem tocada, são ótimos músicos, que já acompanharam muita gente legal. Eles trouxeram esse conhecimento de sons do mundo inteiro, trouxeram contemporaneidade, uma convivência de linguagem que tem a ver com a liberdade que eu queria, para não pré-determinar o som que o disco teria. Eles souberam interpretar as músicas”, avalia.   Se até hoje Verônica tinha uma trajetória marcada pelo samba, nas escolhas do primeiro disco (que trouxe nomes como Assis Valente, Paulinho da Viola, Paulo César Pinheiro, Marcos Valle e João Donato) e nos projetos que fez parte, como o premiado Gafieira São Paulo, o novo disco passeia por outros caminhos. Ainda que as faixas “Estampa e Só” e “Ela Não Volta Mais” tenham sido compostas originalmente como samba.   “Tenho uma identificação profunda com o samba, me acolheram nas rodas, fiz um circuito do samba numa época em que ele estava muito em evidência, mas minhas influências vão desde Beatles a Gil e Elis. Ouço muito rádio, escuto músicas do mundo inteiro na internet, sou curiosa. Esse é um traço comum nessa geração, e não fujo disso. Acho essencial o artista se dar liberdade”.    Estreia no Japão   O novo show estreou em novembro, no Japão. Verônica fez seis shows lá, a convite do Itamaraty, dentro do projeto “Novas Vozes do Brasil”, que já a havia levado à Colômbia, Portugal, Espanha e Rússia. São Paulo e Ribeirão Preto também já conferiram as novidades. Em 2014 ela espera voltar a BH, onde já se apresentou três vezes. 

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