Biquini Cavadão tem uma legião de fãs na capital mineira e é uma das atrações do 'Festival de Inverno de Beagá' (Vinicius Mochizuki/Divulgação)
“O rock não está morrendo, muito pelo contrário. Só perdeu espaço para o modismo do sertanejo. Mas nunca vi tantas bandas novas de rock surgindo. Temos, hoje, uma bela safra. O que falta é espaço, visibilidade”. A reflexão é de Bruno Gouveia, vocalista da emblemática banda Biquini Cavadão.
O artista fala com propriedade: afinal, já se vão 32 anos desde que o grupo paranaense iniciou sua cruzada pelo rock nacional. Ativo e produtivo, o Biquini segue lançando novos trabalhos, como o disco “As Voltas que o Mundo Dá” (2017), cujas faixas serão apresentadas nesta sexta-feira (23), pela primeira vez em Belo Horizonte, no KMV Hall.
A última passagem do grupo pela capital mineira foi há dois anos, num show bem diferente do que acontece hoje. “Essa apresentação foi o pontapé da nossa turnê comemorativa de 30 anos de carreira. BH foi a cidade que escolhemos para começar a rodar pelo país”, relembra Gouveia.
“Agora, voltamos com um show renovado, tanto pelo lançamento do disco novo quanto por sua própria estrutura, que traz um set acústico. Damos ênfase ao último trabalho, mas não deixamos de fora os sucessos desses 32 anos de carreira”, completa o vocalista, lembrando hinos como “Tédio”, “Timidez”, “Vento Ventania’ e ‘Zé Ninguém”.
Produzido por Liminha, “As Voltas que o Mundo Dá” explora novos terrenos, tanto musicais quanto temáticos. "Queríamos novas ideias, arranjos e texturas. E o Liminha foi essencial para chegar ao resultado”, afirma o vocalista, destacando a faixa “Um Rio Sempre Beija o Mar”.
“Liminha também tocou baixo em todas as músicas, o que tornou a atmosfera bem interessante. Não foi algo de fora para dentro, mas como se ele fosse um membro da banda”, explica.
Gouveia conta que o novo disco é marcado pelo tom confessional.“Falamos sobre amores que se renovam, casamentos e separações, crise conjugal, diferenças de idade. Temas que dizem respeito às vidas dos integrantes”, conta.
“As músicas retratam o nosso momento de vida, mas não sei dizer se estão mais maduras. Não é a gente que deve se autodeclarar maduro. Há como ter 50 anos e ser, ainda, um mero aprendiz”, sublinha.
Sobre a longevidade do Biquini, Gouveia é taxativo: “a gente só continua existindo porque renovamos nosso público. Muitos jovens vão aos nossos shows, não apenas pessoas da nossa idade”, diz, ansioso pelo show em BH.
“Temos muita gratidão pelo povo mineiro, que sempre recebeu o Biquini Cavadão com muito carinho”.
Serviço:
Biquini Cavadão – “As Voltas que o Mundo Dá”. Hoje, às 22h, no KMV Hall BH (av. Nossa Senhora do Carmo, 230. Ingressos custam de R$ 40 a R$ 100.