(GLOOB/DIVULGAÇÃO)
A produção infantil “DPA 2 – O Mistério Italiano”, derivada de um programa exibido no canal Gloob (TV por assinatura), é mais um caso de continuação com passaporte carimbado. A ação levada para a Sicília, porém, é só um atrativo geográfico, já que o terreno italiano poderia ser substituído por qualquer outro lugar no Brasil. A vontade de acentuar essa mudança de ambiente, com a entrada em cena do avô do personagem Pippo e as brincadeiras linguísticas, é o que mais deixa a desejar nesta sequência, que mostra o trio de detetives mirins às voltas com o desaparecimento da sobrinha da síndica do prédio onde moram. A Sicília é a sede de um encontro de bruxos de todo mundo, onde exibirão os seus inventos, entre eles Teobaldo e Leocádia, a síndica que, na série, inferniza a vida dos meninos. Dois bruxos, no entanto, pretendem aproveitar o momento para sugar toda a energia de seus colegas de vassoura. Motivado talvez pela recente troca de atores (Claudia Netto assumiu o lugar de Tamara Taxman, que participou de dez temporadas e do primeiro filme), o roteiro se concentra menos em Leocádia, abrindo espaço para os novos vilões interpretados por Diogo Vilela e Fabiana Karla. Ponto altoLonge do cinema há dez anos, desde a comédia “A Guerra dos Rocha” (2008), Vilela é um dos pontos altos de “O Mistério Italiano”, no papel de um bruxo que está morrendo (a razão nunca é explicada) e precisa da voz de crianças para conseguir rejuvenescer – um mote, por sinal, caro aos filmes de terror. Apesar de o cinema possibilitar desenvolver melhor os personagens de TV, os roteiristas optaram por apostar mais no enredo de aventura do que trazer novas informações sobre os detetives – a não ser pela relação de Pippo e seu avô. A ação ganha maior relevo, ancorada pelos efeitos especiais.