(Arquivo Pessoal/8 Anjo Produções/ Divulgação)
“O rap salvou minha vida”, avisa Dexter. Conhecido também como Oitavo Anjo – nome de um de seus maiores sucessos, sobre o dia a dia na cadeia –, o artista usou o gênero musical para dar uma guinada na própria trajetória, marcada por anos no Carandiru. Foi lá que ele e o rapper Afro-X fundaram o 509-E, banda que se tornou referência no rap nacional. Essa história de superação e outras reflexões acerca do país serão compartilhadas com o público belo-horizontino na quinta-feira, no Memorial Minas Vale.
O bate-papo integra o projeto Diversidade Periférica do Memorial Vale, uma parceria entre artistas, produtores e grupos culturais das periferias de BH. “Tem gente que chama o que vou fazer de palestra, mas gosto de dizer que é uma troca de ideia, porque não tem um roteiro. A conversa depende do dia, de como estou e do que tem acontecido na semana. Falo da minha vida e das coisas atuais que têm provocado a minha reflexão”, explica o artista.
Nos últimos dias, o que tem feito o músico refletir é a morte da menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, baleada quando voltava para casa em uma Kombi, no Complexo do Alemão, no Rio. “É algo que estou tentando digerir, mas é difícil. O atual momento do país está muito estranho. Tem gente acionando de uma forma sutil a maldade nas pessoas”.
A passagem do artista por BH não se encerra sem música. E, assim como no bate-papo, Dexter aposta no feeling para definir o repertório. “As coisas vão acontecendo no momento. Tem dia que canto ‘Saudades Mil’, ‘Oitavo Anjo’. Gosto muito de cantar músicas dos Racionais MC’s, porque elas têm muito a ver com o que a gente conversa. É um momento de homenagem também aos meus professores, às pessoas que me ajudaram a chegar aonde estou e a ser mais justo”, diz, citando ainda nomes como MV Bill e Thaíde.
Show do 509-E
Esta não será a única passagem do artista por BH neste ano. Em 26 de outubro, o rapper traz à capital a turnê de retorno do 506-E. “Não é uma volta permanente, por conta das nossas carreiras solo, mas gostaríamos de nos presentear. Hoje estamos em liberdade; para nós é uma honra poder estar junto e sem horário para voltar. Sem ter que baixar contagem. Queremos cantar para as pessoas em liberdade”.
Ritmos e Poesia com o Rapper Dexter, quinta-feira, às 18h30 no Memorial Vale (Praça da Liberdade, 640 – Funcionários) Entrada gratuita