Dez anos com show e 'bolacha'

Lucas Buzatti
lbuzatti@hojeemdia.com.br
21/06/2017 às 19:49.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:11
 (Alexandre Segundo/Divulgação)

(Alexandre Segundo/Divulgação)

Um “laboratório de experimentação sonora”, uma “família cósmica”, um “estado de espírito”. Ao conversar com os integrantes do Iconili, não faltam definições inventivas sobre o que é a banda e o que ela representa para cada um deles. Emoções à parte, fato é que o grupo instrumental é um dos mais importantes da cena independente de Belo Horizonte. Afinal, não é todo dia que uma banda com 11 membros completa, a pleno vapor, uma década de caminhada na penosa trilha da música autoral. Para celebrar os primeiros dez anos de história, o Iconili relança o disco “Tupi Novo Mundo” (2013) em vinil, num show gratuito, que acontece hoje, no Teatro Bradesco.

Criado a partir do encontro entre os músicos André Orandi (teclados e sax alto), Gustavo Cunha e Rafael Mandacaru (guitarras), o Iconili ganhou forma em 2006, quando Orandi e Cunha vieram do interior de Minas para BH. “Esse nosso começo é bem rock psicodélico, progressivo. Surgimos como uma banda de garagem”, conta Orandi, lembrando que, nesta fase, o grupo deu cria ao primeiro disco, homônimo, lançado em 2010.

“Temos uma história muito bonita. De resistência, de encontros fluidos, de admiração mútua. É mais que trabalho, é uma experiência de vida” (Henrique Staino)

Com o tempo, a banda passou por transformações de formação e sonoridade. Foram entrando novos integrantes – que integraram naipes de percussão e de metais junto à “cozinha” – e o som foi se aproximando mais do afrobeat e das referências africanas e brasileiras. O primeiro registro a captar essa essência foi, justamente, “Tupi Novo Mundo”, cujo LP é chancelado pela Vinyl Land Records e tem tiragem exclusiva de 400 exemplares. Para o novo formato, as canções foram remasterizadas no Estúdio Red Traxx Inc, em Miami, e ganharam a companhia de “Gentil”, do disco “Piacó” (2015), como faixa bônus. 

“O relançamento do ‘Tupi’ é muito simbólico. Ilustra esse momento emocionante, em que vemos que nosso sonho se concretizou”, reflete Gustavo Cunha, ressaltando que, no show, o disco será executado na íntegra. “Também faremos uma do primeiro disco e passearemos pelo ‘Piacó’, junto às projeções do (artista plástico) Petit Georges e aos passos do (dançarino) Fernando Trindade, que vai botar todos para mexer”, adianta. “No nosso show, o público vira banda. Não existe barreira. É uma troca de energia”. 

Novidades

Além da comemoração de dez anos, o Iconili já prepara um novo disco de inéditas, previsto para o ano que vem, que também será lançado em vinil. “Fizemos uma imersão com o (músico carioca) Wilson das Neves, referência do samba, e também estamos compondo músicas novas. Ainda estamos decidindo se serão dois discos, um só com releituras do Wilson e outro nosso, ou se as duas coisas se fundirão”, conta Cunha. Para o saxofonista Henrique Staino, na banda desde 2012, o momento profícuo traduz a “onda” do Iconili. “Temos uma história muito bonita. De resistência, de encontros fluidos, de admiração mútua. É mais que trabalho, é uma experiência de vida”.

Serviço:

Iconili 10 Anos – Lançamento do vinil “Tupi Novo Mundo”. Hoje, às 21h, no Teatro Bradesco (rua da Bahia, 2.244, Lourdes). A entrada é gratuita, com retirada de ingressos duas horas antes, e o disco será vendido por R$ 50. 

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por