"Diário de um Fantasma": relatos de um roqueiro oitentista

Vanessa Perroni - Hoje em Dia
24/11/2015 às 08:06.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:03

Livros de poesia, Fernando Righi já publicou sete. Também lançou, ano passado, "Beethoven Peça a Peça". Nesta terça-feira (24), é a vez de o jornalista apresentar, ao público, o resultado de sua primeira incursão no universo da ficção com "Diário de um Fantasma" (Editora Ramalhete), que autografa a partir das 19h, na Galeria de Arte Paulo Campos Guimarães, da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa (Praça da Liberdade). Em cena, o baixista e vocalista Rinaldo de Rovito, um jovem em plena agitação dos anos 1984/85. "É o diário de um músico neste período. Ele aborda a passagem da democratização do Brasil, fala do Rock in Rio e de outros eventos da época. O protagonista tem 20 anos e, ao lado dos amigos, busca caminhos para se expressar no mundo", apresenta Fernando, que optou pelo formato de um diário. "Porque ele tem uma vantagem. Você pode fazer a trama em mini contos, e, ao meu ver, fica mais legal que um romance".

E como a história foi se delineando na cabeça do autor? "Boas lembranças! Porque alguns personagens do livro foram inspirados em amigos que já morreram". Mas o leitor, frisa Fernando, não vai saber o que é ficcional e o que é real. Inclusive porque todos que estão de alguma forma retratados, tiveram o nome trocado. "Na abertura do livro, eu digo que é um diário encontrado na rua do bairro Floresta. E peço desculpa se alguma pessoa se achar retratada nas páginas", explica.
No geral, a narrativa mantém um tom bem humorado, ao mesmo tempo em que aborda a filosofia. "A banda, na qual o personagem principal trabalha, quer discutir filosofia utilizando o rock".

Lembranças

"São muito boas", diz Righi, referindo-se às suas lembranças do período. "Acho que o problema dos anos 1980 é que havia muita criatividade represada, e nesse contexto você não sabe para onde vai quando é jovem. Aquela geração queria fazer alguma coisa, mas era tudo proibido. Como músico, em 84 ainda havia censura", reflete ele, sincero ao dizer que espera ter conseguido contar bem essa história. " É minha primeira experiência em prosa, portanto, essa obra ainda é uma grande incógnita para mim. Só vou decifrá-la depois do lançamento, com o retorno dos leitores".

Animado, Righi diz, ainda, que esse livro nasceu juntamente a outro de contos chamado “O Monstro do Arrudas e outras lamas”, que pretende lançar em março do próximo ano. "Ele está pronto, só falta rodar na gráfica".

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