(Flávio Charchar)
Já está garantido. A partir de deste sábado (7), o Duelo de MCs volta a ocupar as ruas de Belo Horizonte. O encontro passa a acontecer aos sábados, a cada 15 dias, na Praça Sete, sempre a partir das 14 horas. O novo endereço, no entanto, é provisório. A expectativa dos organizadores é voltar a ocupar o espaço de origem: os pés do Viaduto Santa Tereza – que até outubro será palco de obras. “Por um lado, estar na Praça Sete dá mais visibilidade para o movimento que, a cada encontro, cresce em número de público”, observa um dos coordenadores, Pedro Valentim, o PDR. Segundo ele, enquanto nos primeiros encontros, o Duelo reunia tímidos 20 participantes, hoje, o número subiu para 1.500. “No duelo nacional, que aconteceu no ano passado, cerca de 5 mil pessoas marcaram presença”. Ainda de acordo com PDR, uma enquete realizada com cerca de 200 pessoas pelo “Real da Rua” (movimento que nasceu da parceria entre a ONG Pacto e Família de Rua) contabilizou a presença de moradores de 95 bairros de Belo Horizonte e Região Metropolitana. “Não há como ficar indiferente a isso. O Duelo, cada vez mais reúne pessoas de lugares, culturas e nichos diferentes”, assegura ele. Apesar da vantagem de estar em um dos pontos onde mais circulam pessoas na capital, a Praça Sete não simboliza, para o movimento, o espaço de resistência da juventude belo-horizontina atual. “O Viaduto, por motivos naturais, acabou sendo esse lugar no nosso imaginário. Começou com o Duelo, em 2007, mas ganhou força com os outros movimentos e organizações que foram nascendo ali embaixo também”, avalia. Entre eles, PDR cita a sede do teatro Espanca!, o extinto bar Nelson Bordello, o Samba da Meia Noite e o Praia da Estação. “Todos eles acontecem ao redor do viaduto e não há portanto como desvincular o espaço do que é a cidade hoje e, mais ainda, do que ela quer”. Fato é que estar na Praça Sete, ainda que por um breve período de tempo pode ser para o Duelo de MCs uma chance e tanto de atrair olhares de quem nunca assistiu de perto um show de hip-hop. “Muita gente vai sair do trabalho e cair bem em cima do encontro. Será um novo despertar para todos nós”, celebra PDR.