DVD e CD fazem registro de turnê de Pedro Mariano

O cantor Pedro Mariano definitivamente não pertence à cepa de artistas que se deixa nortear pela razão. “Muitas pessoas me perguntaram o que eu queria alcançar com esse projeto, mas a verdade é que a minha vida é muito mais simples. Não fico articulando nada, uso muito o coração e a intuição, é até meio binário às vezes”, diz, referindo-se ao CD e DVD “Pedro Mariano e Orquestra” (LAB 344), que acaba de chegar às lojas, materializando um projeto que percorreu sete cidades do país.

“O repertório, por exemplo, selecionei a partir do que ouvi e gostei. Daí gravei e pronto. O grande lance, que senti, foi que nenhum outro projeto me levou tão a fundo no emocional como esse”, diz, notadamente tocado – e feliz. Pedro Mariano diz que é normal, em sua trajetória, estabelecer uma inteiração com os músicos de sua banda. “Mas neste projeto me propus uma outra viagem, a passar desse ponto, a ir mais fundo, entrar nestas canções. E descobri uma sensação inebriante. Tinha momentos em que estava já na oitava música e nem tinha percebido”.

Nas sete cidades pelas quais passou, Pedro Mariano se deparou com os mais variados formatos de palco. “A formação mínima era o meu quarteto e mais um naipe de 15 cordas, a máxima, o quarteto com 20 membros de orquestra”. Não foi uma logística fácil. “A turnê foi toda montada, mesmo porque, não poderiam ser viagens de bate e volta. Então, teve todo um trabalho de conciliar agenda, pauta dos teatro e demanda dos patrocinadores”. Belo Horizonte não foi incluída na primeira fase, mas é parada certeira na próxima. “Obrigatória! Principalmente pelo fato de saber que para qualquer lado que você olhe tem uma orquestra boa”.

O registro para o DVD foi feito em São Paulo. “Ah, não conseguiria imaginar essa turnê sem registro. Foi uma experiência de vida, um mundo novo que experimentei”.

Ele cita, especificamente, a entrega de todos os envolvidos. “Falei: ‘moçada, é agora, está tudo convergindo para isso, vamos encarar essa empreitada’. E, ao final, você vê (o brilho) nos olhinhos das pessoas, diante da oportunidade de assistir à execução de cordas e metais ao vivo, de perto, com arranjos bem escritos. É uma sensação completamente diferente, você fala: ‘nossa, estou viajando, estou em outro lugar’”.

Voltando ao repertório, Pedro ressalta que não quis fazer um “best of”. “Não combina comigo. Coloquei músicas do meu repertório e músicas da minha discoteca particular, coisas que adoro, que ficavam dentro da minha casa. Algumas, porque tem muito mais”.
 
Ele emenda dizendo que não poderia abrir mão de ter ao menos uma inédita. “E ganhei duas, ‘Sem Você Sou Não’, do Jair Oliveira, e ‘Um Pouco Mais Perto’, da Ana Carolina, Chiara Civello e Edu Krieger. Foi um presentaço”.