“Em Nome do Jogo” chega a BH precedido por comentários bastante elogiosos

Miguel Anunciação - Hoje em Dia
08/03/2013 às 16:26.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:43
 (Guga Melgar/Divulgação)

(Guga Melgar/Divulgação)

Considerado um dos maiores atores de todos os tempos, o britânico Sir Laurence Olivier (1907/1989) protagonizou uma versão antológica de “Sleuth”, longa-metragem de Joseph L. Mankiewicz, intitulado no Brasil como “Trama Diabólica – Jogo Mortal”.

Agora, uma versão teatral deste enredo de Anthony Shaffer chega à cidade: “Em Nome do Jogo”, dirigida por Gustavo Paso, com Marcos Caruso e Erom Cordeiro nos papéis que Olivier e Michael Caine tiveram no clássico do cinema de suspense, disponível até hoje nas locadoras. Ocupa o Teatro Alterosa de hoje a domingo, com ingressos a R$ 50 e R$ 25 (meia).

Chega precedido por comentários bastante elogiosos, por isso integra a Mostra Principal do Festival de Curitiba. E se afinada contracena de Erom surpreenderia, o talento de Marcos Caruso é suficientemente conhecido. Como autor (a comédia “Trair e Coçar é só Começar” é recordista de tempo em cartaz no Brasil) e ator. Teve atuações memoráveis no teatro e na TV – acabou de fazer o Leleco na novela “Avenida Brasil”.

Montado em outras duas oportunidades no Brasil, ambas há muitos anos (uma, com Gracindo pai e filho), o texto de Anthony Shaffer é um fenômeno. Foi premiado no teatro e no cinema. Já foi montado inúmeras vezes, sobretudo no Reino Unido e nos países de língua inglesa. Foi adaptado duas vezes no cinema.

A versão de Mankiewicz, é de 1972. Menos interessante, a de Kenneth Branagh, de 2007. Escala Michael Caine como o escritor idoso e bem-sucedido, em duelo com o jovem cabeleireiro, Jude Law, amante da sua mulher. Os dois estabelecem um jogo de mútuas seduções e estocadas. Daí viria o título original: sabujo, a tradução, é um tipo de cão farejador; em sentido figurado, remete aos que buscam a quem caçar, manipular. Intenção que o texto articula com maestria.

Apesar da estatura da mais conhecida obra dramatúrgica de Anthony Shaffer, gêmeo idêntico de Peter Shaffer (de “Equus” e “Amadeus”), muita gente desanimou Gustavo Paso a montar este texto. Alegava que o público brasileiro não teria o costume do suspense no teatro. Pois queimou a língua: mais que boas críticas, o espetáculo teria lotado as temporadas cariocas, garante Erom, alagoano radicado no Rio há 18 anos. Ele substitui Emílio de Mello, que deixou a peça por um papel na tevê.

Curiosidades

Além do texto notável, do timing do elenco, da boa direção de Paso, “Em Nome do Jogo” conta com a luz de Paulo César Medeiros, trilha sonora de Caíque Botkay, cenário de Carla Berri e Ana Paula Cardoso, figurinos e adereços de Teca Fichinski. A tradução é de Marcos Daud, especialista em dotar textos estrangeiros da necessária embocadura ao ator nacional.

Uma curiosidade: Nobel de Literatura de 2005, o dramaturgo inglês Harold Pinter (1930/2008) adaptou “Sleuth” para a versão cinematográfica de Kenneth Branagh. Outra: a peça teve uma versão da indústria americana, em 1982. Um sampler evidente, opaco e sem punch, dirigido por Sidney Lumet. Trazia Michael Caine e Christopher Reeve, o ator de Superman. Mais uma curiosidade.

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