Em 'Truque de Mestre: O 2º ato', quatro mágicos encarnam super-heróis

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
17/06/2017 às 17:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:08
 (PARIS FILMES/DIVULGAÇÃO)

(PARIS FILMES/DIVULGAÇÃO)

Um movimentado filme de ação sem uma morte sequer ou mesmo um tiro disparado é uma raridade. Das produções policiais às franquias de super-heróis, a palavra de ordem é destruição, com cidades e mundos caindo como peças de dominó. Nesse sentido, “Truque de Mestre: o 2º Ato” (disponível no Telecine Play) nos lembra as produções do gênero nos anos 80, construído sobre o tripé fantasia, humor e bons valores.

Os protagonistas são quatro mágicos que usam hipnose e cartas em vez de revólveres para fazer os vilões dizerem a verdade. Como artistas, são vaidosos e esse desejo constante de se exibirem ganha uma leitura interessante no enredo: eles simplesmente tiram do mapa quem prejudica a sociedade por baixo dos panos, como se fosse um grande show à espera do clímax.

Ao invés de serem destruídas, as cidades se transformam em grandes palcos dos planos mirabolantes do quarteto, guiado por um agente do FBI que, como muitos super-heróis dos gibis, busca vingar a morte do pai, um famoso ilusionista. Os “cavaleiros” não precisam prender, atirar ou castigar. A ação consiste em mostrar, apontar e desmascarar, num caminho inverso ao da própria arte deles, cheia de truques e segredos.

O roteiro trabalha muito bem essa via de mão dupla: cada passo do grupo é uma pequena e divertida apresentação, sempre antecipando e enganando os bandidos com magia. Essa segunda parte, que traz de volta Mark Ruffalo, Woody Harrelson, Dave Franco e Jesse Eisenberg nos papéis principais, se assemelha a uma série de TV, em que ao final tudo é bem explicado para entendermos a moral.

E como nos filmes que reúnem especialistas para um grande plano, a história tem charme na interação dos personagens, com um completando o outro. Mais do que apontarem para o que está submerso (analogia com uma das subtramas, sobre a morte do pai do agente), o que fazem é mostrar a força do grupo – e não há nenhuma mágica para isso além de uma boa dose de altruísmo, sentimento impresso em cada filme lançado nos anos 80.

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